Ela fez fotomontagens (como TCC!) um pouco aflitivas, devo dizer, de corpos humanos adaptados à hábitos e tecnologias. Chama-se, justamente, Corpus 2.0.
Aqui por exemplo, vemos a mulher com o salto alto embutido. Segundo a artista, assim uma mulher pode andar confiante o dia todo!
Essa imagem eu tirei do site dela, onde tem as outras "intervenções". E tem outros trabalhos dela também, mas que não são tão bacanas...
Disso tem pano pra manga pra se discutir desde a adaptação fisiológica (também conhecida como evolução) dos seres humanos para se adaptarem ao mundo - mundo este que agora inclui estas tecnologias e hábitos; até modificação corporal em geral, as chamadas body mods, com enxertos de metal no corpo, línguas divididas e outras personalizações extremas.
Estas por sua vez, abrem o leque para se pensar em padronizações e depois as respectivas customizações. Alguns (não sei bem quem, mas certamente existem) classificariam este fenômeno como uma das grandes características do século XXI, onde se insere o Corpus 2.0.
É fácil, não obstante bizarro, encontrar o conceito de "customização em massa" pesquisando por aí. O que parece uma contradição em termos tem até centro de pesquisa autodenominado assim, estudando como otimizar os processos. Este é um de muitos, mas fica como ilustração.
Para ficar menos abstrato: todo mundo pede hamburguer de uma certa cadeia de fast-food. Mas o meu é com tomate, o seu é sem maionese e por aí vai. Todo mundo come exatamente a mesma coisa, mas com essas pequenas modificações sentimos que o nosso é mais legal, porque é exlcusivo. Vale para roupas, mp3 players, computadores, carros, tênis e o que mais já foi inventado.
Digo tênis, não só porque realmente é muito comum, também porque a Puma está com aqueles mini sites de customização que dá pra ficar pasmando por horas, e que é um exemplo perfeito disso que estou tentando dizer. Então vamos lá fazer nossos tênis idênticos e ficarmos muito felizes com o resultado!
Porque afinal, se existe padronização - mesmo com customização - é porque existe um padrão estético. Um, alguns. Mais isso é assunto pra depois.