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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Com uma doença tropical na Suécia

Minha irmã se mudou para a Suécia para fazer mestrado. Uma semana lá, aconteceu a série de eventos que ela colocou no texto que posto a seguir, um dos melhores que li nos últimos tempos. É longo, mas recomendo sinceramente!


Então eu estava vendo uns pontinhos pretos. Tá, vamos ver se passa. 3 dias depois, não passou, piorou. Tá, estou com toxoplasmose de novo. Fui na enfermeira estudantil.

EU: Oi! Então, eu estou vendo uns pontinhos pretos, e eu tenho toxoplasmose, então eu precisava que alguém olhasse no fundo do meu olho e me dissesse se eu tenho que marcar um horário num oftalmologista...

-Mas como você sabe que é toxo?
-Eu já tive antes. É realmente importante entrar cedo com os antibióticos, então precisa garantir.
-Hm... Isso a gente não consegue fazer aqui. Deixa eu pensar... Vai no närakuten.
-Como eu chego lá?
-Sai daqui, volta para o prédio do hospital e desce a escada à esquerda.


Sair... Hospital... Escada.. Esse é o refeitório. Tá, sobe essa escada. Hospital... Hospital... Aqui? Não. Aqui? Não. Saco, cada bloco só tem o mapa do próprio bloco, onde é essa birosca? Ta, volta tudo, sai do prédio. Vou achar a entrada principal. Olha, um Pressbyraan! Deixa eu aproveitar para comprar pilha e selo. Tá, e agora? Ah, Informações!


EU: Como eu chego no närakuten?
-Sai do prédio e pega a escada à direita.

Sai do prédio... Que droga de instrução é sai do prédio quando o que eu quero ta dentro do prédio? Direita. Escada... Escada... Não tem escada! Volta. "Närakuten, acesso de carros". Ok, a essa altura já ta valendo.


EU: Oi, eu estou procurando o närakuten.
-Na verdade é lettakuten, mas é aqui.
-Ah. Então, é que eu tou com toxoplasmose.
-Mas como você sabe disso?
-É que é recorrente. Minha mãe teve enquanto ela estava grávida, então eu tenho nos olhos, mas não é curável, só dá para tratar a cada crise.
-Hmmm... Não sei se a gente pode fazer alguma coisa aqui.
-A enfermeira estudantil mandou aqui.
-Deixa eu pensar... Toxoplasmose!

É, moça, toxoplasmose. Você é enfermeira de triagem no pronto-socorro de um hospital universitário e nunca ouviu nada mais estranho?

Enfermeira: Hmmm... Vai na seção de infecção. Mas antes passa no caixa.

100 reais. Ta ótimo.

EU: Oi, estou procurando a infecção.
-É aqui. Espera que a gente chama pelo nome.


Lalala...

Enfermeira: Luisa?
-Eu!
-Por que você está aqui hoje?
-É que eu estou vendo uns pontos pretos, e eu acho que é toxoplasmose. Porque eu tenho mesmo no olho, e é recorrente.
-Há quanto tempo você está vendo isso? Ontem?
- Quinta-feira.
-M-hm. Tem febre?
-Não.
-Dor de cabeça?
-Não.
-Se sente bem da barriga?
-Sim.
-Então seu único sintoma são uns pontinhos pretos?


Eita, rapaz, não tão me levando a sério...

-Sim, mas é que se for toxo é importante tratar cedo. Eu já tive várias vezes, eu sei reconhecer.
-Ok, senta de novo e a gente te chama assim que possível.

Uh. Ferrou. Assim que possível em pronto-socorro? Já era...

Residente: Luisa?
Uau, que rápido!
Residente: Nessa sala. Então, o que você tem?

Ai, Jesus... Dá próxima vez eu trago um gravador! Pontinhos pretos, blablabla.


-Residente: E como são esse pontinhos?

Uau! Alguém me leva a sério!

EU: Tem como que um fio preto, maior, que mexe o rabinho quando eu mexo os olhos... E umas bolas cinzentas em volta.
-Se mexe... Hm. E você tem desde quando?
-Desde que eu nasci. Hoje se aceita que, quando dá nos olhos, é contaminação materno-fetal.
-Então sua mãe teve?
-Ela não notou, mas às vezes passa como uma gripe... E teve um surto na escolinha da minha irmã.


Aí ela parou de tentar parecer uma médica séria e resolveu satisfazer sua curiosidade estudantil.


-Residente: Então quer dizer que não tem como tirar dos olhos?
-Não, dá para tirar do fígado, do cérebro, não dos olhos.
-Claro, claro, esses outros órgãos eu conheço, por isso que eu estranhei os olhos. Só por curiosidade, no Brasil você trata isso com um infectologista ou um oftalmologista?
-Oftalmo.
-E o que ele te dá?
-Bactrin F e Methicorten.
-Bom... O único jeito de ter certeza é olhando dentro dos seus olhos, e eu ñ tenho como fazer isso aqui. A gente tem um setor de oftalmologia aqui, mas talvez você devesse ir para o Hospital dos Olhos de St. Erik.
-Escuta, eu fui na enfermeira, estudantil, ela me mandou para o lettakuten, fui no lettakuten, eles me mandaram para a infecção...
-Claro, claro! Se você precisar ir para outro lugar, a gente paga o táxi para você, e você leva um papel com tudo o que você já me disse, para não ter que repetir. - uau, e não é que estamos mesmo num estado de bem-estar social? - Eu vou só falar com meu supervisor, espera um pouco.


Lalala...

Residente: É, você vai para o St. Eriks. É em Raadhus. Sabe onde é?
-Não...
-Onde você mora?
-Solna.


-Então é fácil, você pega o metrô na volta. Agora uma enfermeira vai te acompanhar para te ajudar com o taxi.


Puxa! Uma vez dentro do sistema, como eles são cuidadosos!

-Enfermeira: Pronto, você usa esse cartão para pagar o táxi. Espera aqui e fica de olho, na hora que você o vir o taxi você sai.


Ok... Puxa, que fome. Eu não almocei. Mas também não quero comer uma marmita de macarrão frio no colo numa sala de espera... Vou tomar um Toddynho, comer umas bolachas. Espera, espera... Meu taxi! Não, é daquele velhinho... Espera... Meu táxi!


Taxista: Você é a Luisa War... War...
-Isso, sou eu.
-Ah, ta certo. Para St. Eriks, então.

Quanto será que vai custar esse taxi? Vai ficar bem em conta mesmo a consulta, incluindo isso! Nossa, eu tinha perdido a noção de como aqui é longe da cidade. Esse motorista ta meio fedido. Pelo menos a música é boa. Rabeca, acordeon... Muito típico! Caramba, como é longe... Olha, o metrô! Preciso prestar atenção no caminho, agora. Chegamos.
A atendente está chamando o 589. Pegar uma senha. 590! Que sorte!


Caixa: 590?
-Oi, me mandaram do Hospital de Karolinska em Huddinge.
-Você tem a nota fiscal?
-Ta aqui.
-Ok, espera que vão te chamar pelo nome.

Ainda bem que eu trouxe o jornal...


Residente2: Luisa? Luisa War... War...
-Sou eu.
-Senta aqui, vamos dar uma olhada.


Uma daquelas máquinas de medir grau no meio do corredor. Ei! Essa máquina doida me assoprou! Eu nunca tinha sido assoprada por um medidor de grau!


Residente2: Pode entrar aqui.


Sento em frente de um olhador de fundo de olho. Ele olha, olha, olha... Um olho, o outro... Olha... Olha para a a esquerda, para a direita, para cima, para baixo, agora bem em frente...

Residente2: É, você vai ter que ser vista por um oftalmologista.

E você quem é? O zelador? Roubou esse avental da cesta de roupa lavada?


Dilatar a pupila. Arde, arde, arde, arde! Credo! Esse troço é pior que o nacional! Sala de espera. Não dá mais para ler jornal. Na TV, Barrados no Baile. O som é muito baixo, e a moldura da TV corta metade da legenda. Barrados no baile com metade das falas. Yipi. Espera, espera, espera...

Médico: Luisa?

Um médico com cara de indiano. O sueco dele é difícil de entender, o inglês é pior. Sentar de novo naquela cadeira. Olhar bem para a luz. Bem para a luz. Ainda bem para a luz. Ei, isso doi, sabia? Literalmente doi!

Médico: É, é desconfortável, eu sei.


Olha para cima, para baixo, esquerda, direita, diagonais...


Médico: Espera, eu vou chamar um colega.


Caramba, galera! Eu cheguei aqui com o diagnóstico e o tratamento, só preciso que alguém me faça uma receita!

Chega um médico mais velho, acompanhado de uma mocinha, uma sexto-anista que vai ter o privilégio de ver uma toxo ao vivo. Um monte de conversa em sueco. Olha aqui, olha ali, a volta toda...


Médico: Ali perto da fossa lacrimal?
Médico2: Isso, ali tem um foco vivo.
-E ali em cima?
-É duvidoso, mas o da fossa é certeza.
-Dá corticoide?-
-Não, está muito longe do nervo, não precisa...
EU: Meu médico no Brasil me dava corticoide!
Médico 2: Não, para uma lesão pequena assim e tão longe do nervo não tem necessidade. - Para o primeiro médico - Você viu o olho esquerdo dela?
Médico1: Não, a queixa era só no direito...
-Vamos olhar o esquerdo.


Luz, luz, luz! Que luz horrível! Que crueldade! Isso ainda doi, viu? O Dr. Bambambã vai embora com a mocinha. O Dr. Indiano se digna a ver meu outro olho.

Médico 1: Como você enxerga com esse olho?
-Ah, o terço esquerdo é meio embaçado...
-Só isso?
-É, eu sei, meu médico no brasil fica sempre surpreso como eu enxergo bem.
-Sim... Com essa quantidade de tecido cicatrizado... Enfim, aqui está sua receita. É uma cápsula quatro vezes por dia, manhã, almoço, tarde e noite, e uma gota, quatro vezes por dia, no olho direito.
-É diferente do que eu tomava no Brasil... Eu tomava Bactrin...
-Sim, é assim que se faz nos Estados Unidos, e pelo jeito no Brasil também. Na Europa o procedimento é esse. Você vai em qualquer farmácia e dá seu RG, a receita já está online.

Uau!

Ufa, acabou. Quer dizer, até o retorno semana que vem...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Uma História Fabulosa (parte 2/2)


Não que muita gente tenha se comovido com a parte 1, mas aí vai.
E agora entra a parte realmente fabulosa.





Estávamos, eu, a velhinha, as milhares de páginas e o mestre de budismo dela. As meninas xerocaram o extrato da mãe, foram embora. A velhinha acendeu um cigarro, deu um trago olhando pela janela, apagou e se sentou de novo frente a furadeira.

- Bom, então ele estava fugindo, né. E foi indo para o Oriente. Quando ele chegou no Tibet, um grupo de monges acolheu eles, porque eles são assim né, acolhem, não estão preocupados se a polícia está atrás, sabiam que eles tinham feito a coisa certa. Então ele ficou lá, e passou a viver com os monges e fazer a rotina deles, estudar e meditar o dia todo.
Mas ele começou a ficar com muitas saudades de casa. E ficava lembrando daquela árvore, como que chama? Aquela árvore que dá a pêra... Ah! Uma pereira que tinha no quintal da casa dele quando ele era criança. E sempre ele se lembrava dessa árvore e ficava muito triste, queria voltar pra casa.
Um dia o mestre veio pra ele e perguntou “você está com saudades de casa. né?” “Estou sim.” E então o mestre juntou as duas mãos dele, e quando abriu, tinha uma flor de pera, a mesma que ele ficava pensando! Ele não conseguia nem acreditar!

- Nossa, como assim?

- È pra você ver, como a gente usa muito pouco da nossa capacidade cerebral, a gente nem sabe de que coisas a gente é capaz. Os monges sabem. E o monge disse “você pode voltar pra casa agora”.
Ele veio pro Brasil e o exército deu proteção pra ele. No prédio que ele morava, morava militar na frente, em cima e em baixo, pra garantir que ele estaria salvo.

E meus álbuns ficando prontos, todos muito bonitos.

- Foi nessa época que tive aulas com ele. Tinha se tornado um homem iluminado.

- E o que aconteceu com ele?

- Casou com uma mulher muito chata e briguenta e foi ganhando de volta todos os vícios e problemas que a gente tem. Se perdeu.

- Que pena! E como ele está hoje?

- Ah, hoje já morreu, faz muitos anos já. Ele passou muita dor, muita fome, isso deixa marcas no corpo, né.

- Mas que pena ele ter arranjado essa esposa chata aí!

- Ai, nem me fale...

E me trouxe os álbuns, eu paguei, desejei uma boa noite e fui embora. Não estava entendendo nada, não sabia se o que tinha acabado de acontecer era real. Estava bem no lusco-fusco, e nesse horário eu não enxergo nada. Um mendigo passou por mim e gritou rindo “você já morreu!” e eu fiquei na dúvida que talvez ele tivesse razão.

Não sei se a velhinha conseguiria inventar uma história tão boa, ou memorizar trechos de filmes e juntá-los, ainda mais com este final anticlímax, só deixa tudo mais misterioso.

Mas que ela sabia contar uma boa história, isso não há dúvidas. Certamente não fiz justiça com ela, neste relato.

Espero que ela esteja bem.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Uma História Fabulosa (parte 1/2)


Vou contar uma história que eu ouvi, e que quando eu conto e as pessoas não acreditam.

Faz algum tempo, eu tinha em mãos uma enorme pilha de papéis com fotos grudadas neles, e que, encadernados, viriam a ser o meu álbum de viagem à Índia, Nepal e China.

A história começa quando eu fui atrás de um lugar para efetivar esta encadernação e descobri que, nas férias, as papelarias e gráficas ficam preguiçosas. Fui em uma, duas três... Todas fechadas para balanço, devido ao recesso escolar, ou porque quando eu me dispus a fazer isso, estava começando a anoitecer. Só que eu queria muito o meu lindo álbum, pra poder mostrar pras pessoas onde eu tinha ido. Logo, continuei andando e procurando.

Numa livraria já meio vagabunda, me indicaram que na sobreloja de umas duas casinhas adiante, tinha um lugar de xerox e encadernação. Lá fui eu, sem muita fé.

Subi as escadas de madeira escura e pouco iluminadas da tal sobreloja para dar num muquifo de fórmica rachada e jornal velho. O lugar era amarelo. Porque amarelou com o tempo. E no meio dele tinha uma velhinha chinesa fumando um cigarro.

A chance de estragar as milhares de folhas cuidadosamente coladas parecia grande, mas como eu disse, eu queria muito encadernar aquilo logo. Seriam três álbuns.

A velhinha apagou o cigarro e veio me atender. Pelo cuidado com que ela pegava as folhas e as separava, fiquei tranqüila que ia sair certinho. E me pus a ler o mural de tirinhas do lado do balcão.

- Nossa, foi você que tirou essas fotos?

- Foi sim.

E me perguntou quando eu tinha ido, pra que cidades, quanto tempo, o que eu tinha achado.

- Eu fiz aula de budismo muitos anos. Meu professor passou por esses lugares aqui que você foi.
Fura, junta, fura, fura, espirala.
- Ele era professor de química no Mackenzie. Isso faz muito tempo, né. Aí uma empresa americana chamou ele pra trabalhar lá nos Estados Unidos, nos projetos do governo, e ele foi. No lugar que ele trabalhava, tinha gente de todos os países, mas de repente eles descobriram que o que eles estavam produzindo eram armas químicas! E ele e os outros cientistas não tiveram dúvida: destruíram o laboratório e fugiram clandestinamente do país na mesma hora.

E encadernava, e me olhava, e meus olhos se arregalavam frente aos dela.

- E aí tinha CIA, FBI, não lembro qual era, atrás deles. Eles foram pra Europa. Viveram escondidos em vários países, e foram indo para o Leste. Passou fome, tudo.

Nessa hora entraram duas meninas com um extrato de banco da mãe de uma delas para ser xerocado. E a história se interrompeu, assim como vou interromper para você, caro leitor, pra que não fique cansativo. Em breve, mais.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Números bizarros


O Sérgio Dávila, em seu blog, vem postando fatos que já diferenciam a administração Obama da de Bush. Colocou uma lista da Harper's Magazine com estas diferenças em números. Seguem aqui algumas das mais legais, em português (a lista completa está lá, mas em inglês - espero ter traduzido direitinho).

Vale a pena dar uma passada lá para ver as imagens da incrível metamorfose de Dick Cheney em Dr. Strangelove!

O projeto da Casa Branca (1793 - projeto de James Hoban). Imagem da Wiki.

As quantidades:

- Número de anos antes de virar Secretário de Energia que Spencer Abraham co-patrocinou um projeto de lei para extinguir o Ministério de Energia: 2

- Número de meses antes de 11 de setembro de 2001 que a Comissão de Energia de Dick Cheney investigou as reservas de petróleo do Iraque: 6

- Data em que foi assinado o primeiro contrato de livro sobre o 11 de Setembro: 13/09/01

- Número de homens árabes, sul-asiáticos e norte-africanos detidos nos EUA nas oito semanas depois do 11 de Setembro: 1.182
- Número destes homens condenado por crime terrorista: 0
- Número condenado por imigração ilegal: 762

- Número mínimo de ligações que o FBI recebeu no outono de 2001 de moradores de Utah afirmando terem visto Osama Bin Laden: 20

- Porcentagem de Americanos em 2006 que acreditavam que americanos muçulmanos deveriam ter um RG diferenciado: 39

- Porcentagem de emendas do Bill of Rights (as dez primeiras emendas da constituição americana) violadas no USA PATRIOT Act segundo a ACLU: 50

- Quantidade de vezes que um iraquiano teve mais chance de morrer em 2006 do que no último ano do regime de Saddam: 3.6
- Fator que a causa da morte fosse violenta: 120
- Chances de que um iraquiano tenha abandonado sua casa desde o começo da Guerra: 1 em 6
- Proporção de residentes de Bagdá em 2007 que tiveram um familiar ou amigo ferido ou morto desde 2003: ¾

- Número de veteranos de Guerra americanos para os quais foi negado o plano federal de saúde para veteranos desde 2003: 452.677
- Crescimento percentual de 2004 a 2007 no número de recrutas aceitos no exército previamente condenados por delito: +295

- Data em que a casa Branca anunciou ter parado de procurar Armas de Destruição em Massa no Iraque: 1/12/05

- Data em que os EUA colocaram Guantánamo no mapa do clima: 03/01/05

- Número de incidentes de tortura mostrados no horário nobre da TV de 2002 a 2007: 897
- Número nos sete anos anteriores: 110

- Crescimento percentual de migração dos EUA para o Canadá desde 2000: +79

- Número de estados que John Kerry teria vencido em 2004 se os votos nos EUA fossem apenas dos mais pobres: 40
- Se fossem apenas dos mais ricos: 4

- Crescimento percentual do número de jovens americanos usando drogas ilegais: -9
- Crescimento percentual do número de adultos americanos de mais de 50: +121

- Número de vezes que a FDA se reuniu com usuários e grupos de pacientes quando revisavam a política de drogas em 2006: 5
- Número de vezes que se encontrou com representantes da indústria: 113

- Dólares que o Ministério da Justiça gastou em 2001 colocando cortinas para cobrir duas estátuas seminuas: $8,650,00

- Número de cidades americanas que passaram resoluções pedindo o impeachment de Bush: 92

- Porcentagem de cientistas da EPA que disseram ter sofrido influência política em seu trabalho desde 2002: 60

- Número de espécies declaradas em extinção no governo Bush: 61
- Media anual declarada por Clinton: 65

- Dias depois do Furacão Katrina que o gabinete de Cheney mandou a companhia elétrica recolocar energia em dois dutos de petróleo: 1
- Dias depois do furacão que a Casa Branca autorizou o envio de tropas federais para Nova Orleans: 4
- Porção dos $3.3 bi do fundo de ajuda ao Furacão Katrina gasto pelo Mississipi que foi para as populações mais pobres: ¼

- Mudança percentual no numero de recém-nascidos em Louisiana e Mississipi chamados Katrina no ano apos a tempestade: +153
- Ranking do nome Nevaeh (heaven ao contrário) como nome que ficou mais popular para bebês desde 2000: 1

- Quantidade mínima de livros lançados sobre Bush desde 2001: 606

- Número de conferências de imprensa em que Bush chamou uma pergunta de “truque” (como em maliciosa): 14

- Ranking de Bush entre os presidentes americanos com maior taxa de rejeição: 1

- Percentual médio de americanos que aprovaram o trabalho de Bush no Segundo mandato: 37
- Percentual médio de russos hoje que aprovam a direção que o país tomou sob o comando de Stalin: 37

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Hong Kong e as Rolantes


A Doda me vem com a seguinte frase “Aguardo ansiosamente uma matéria sobre escadas rolantes. São fascinantes!” acompanhado de um arquivo com os desenhos técnicos das rolantes (tô só jogando a gíria no ar, pra ver se pega). E eu digo “mas é claro!” e me pergunto como diabos vou fazer isso.

Mas daí eu lembrei um assunto que eu tinha vontade de falar e que havia me escapado da memória: as incríveis e de fato fascinantes escadas rolantes de Hong Kong.

Sem dúvida é uma das cidades mais impressionantes que eu já fui. E é preciso falar algumas palavrinhas sobre ela pra entender as rolantes (hahaha, eu me divirto toda vez).

A média de andares dos prédios lá é de uns 40 andares, porque é uma micro ilhota com uma densidade demográfica absurda (6200hab/m²!!) e uma topografia igualmente absurda, o que faz com que todas as ruas sejam inclinadas e tortuosas. Imagine assim: coloque alguns dos maiores arranha céus do mundo em Ilhabela e a transforme num dos maiores centros financeiros do mundo. É lá o metro quadrado mais caro do mundo.


Junte isso ao poder aquisitivo que vem junto, às maiores e mais chiques lojas do mundo, uma cultura super elaborada entre ser China, não ser, ter sido inglesa até meia hora atrás e dá pra ter uma idéia.



Nessa foto, tirada do Victoria Peak, que é a parte mais alta da cidade, dá pra ter uma idéia. Eu contei os andares do prédio mais baixinho na foto: cinqüenta! Daí dá pra ver os prédios da orla, que incluem o Bank of China (I. M. Pei, 1989) à direita na foto, o IFC (Rocco Design Ltd., 2003) no centro e o HSBC (Sir Norman Foster and Partners, 1985) não dá pra ver porque ele é “pequeno”.
Do outro lado já é outra cidade. Tudo conurbado, obviamente.







Bank of China / HSBC / IFC

Mas para chegar ao que interessa: com isso tudo, não haveria como trânsito não ser caótico. Por causa disso, o governo fez uma gigantesca escada rolante pública que sobe do centro financeiro pra área residencial, aliado a uma escada mecânica para a descida, ambas cobertas.


Essa imagem não diz muito porque é difícil tirar foto dela. Aliás nessa em específico tá rampa rolante. Gosto muito da cara das pessoas fingindo que não tem foto.

É muito bacana. O jeito que ela está implantada é esquisito, porque criou uns fundos nos lotes que ela cortou pra esse lugar público e de passagem, mas de qualquer maneira, passam 45.000 pessoas por dia por ela, que super respeitam o espaço e deixam seus carros em casa por causa dela.

Com esse mapa que eu tirei daqui
dá pra entender melhor.



Não dá pra dizer que não é fascinante. E viva as rolantes!!

Nota para um futuro post: o show de luzes de Hong Kong.

Todas as imagens (menos a creditada) são do wikicommons.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Festival Les InRocks et Vive la France

Estava eu traduzindo um artigo do Le Monde pra exercitar meu francês enferrujado, quando vi que o resultado, além de engraçado, é interessante também. Alors, voilá:



Franz Ferdinand, atração principal

do festival Les Inrocks


Foto tirada pela Doda no Motomix SP 2006

De Toulouse a Lille, passando por Paris, o 21° Festival Les Inrocks começa quarta, 12 de novembro [ontem], e a banda principal que aparece é o grupo escocês Franz Ferdinand, com um show especial dois meses antes do lançamento de seu novo álbum. O quarteto escocês é um habitué do festival: desde que eles eram totalmente desconhecidos, eles foram escalados pra tocar na pequena sala de La Boule em 2003, depois vieram como estrelas internacionais no Zenith, no ano seguinte, depois do lançamento de seu primeiro álbum. “É uma bela historia de fidelidade. Eu tinha me encontrado com seu manager na primavera e ele propôs que eles tocassem novamente este ano. Nós recebemos a confirmação no dia seguinte, antes mesmo de falar de dinheiro ou implicar a casa de discos [é a gravadora, mas assim é mais engraçado]” se orgulha Jean-Daniel Beauvallet, diretor adjunto da redação do Inrockuptibles, a revista que originou o festival.

A maior parte do festival será em Paris, com uma noitada cotidiana de 12 a 17 de novembro (um no Olympia, quatro em Cigale e um no Zenith), mas essas noitadas são igualmente previstas em Lille, Toulouse e Nantes. Como todo ano, o festival propõe uma programação eclética, com as maiores revelações do pop, rock, folk ou electro do ano. O grupo americano Fleet Foxes é sem dúvida o mais esperado, seu álbum White Winter Hymnal é saudado pela crítica mundial.

Entre outros artistas e grupos no programa desta 21° edição, estão MGMT, Get Well Soon, Foals, The Ting Tings, Cajun Dance Party, Friendly Fires, Hot Chip, Metronomy, Late of the Pier, o bluesman americano Seasick Steve, The Virgins, e Français Soko et GaBLé. Terá igualmente a prevença dos jovens americanos do The Black Kids.



Aqui está o site do Le Monde daonde eu tirei isso, e lá tem vídeozinho do Franz, Fleet Foxes e Black Kids.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Alguns sinais de que os Strokes já eram



- O último CD, First Impressions of Earth, foi lançado em 2006.

- A última turnê deles foi em 2006.

- Albert Hammond Jr. já tem carreira solo (na verdade banda com nome dele) há algum tempo, com dois CDs lançados. Acabou de fazer turnê na Europa abrindo pro Coldplay.

O que eu acho da banda: ok, fofa, não traz nada que dê vontade de ouvir de novo.

- Fabrizio Moretti agora tem banda com o Rodrigo Amarante e o Binki Shapiro, a Little Joy, que lança o CD de estréia no próximo dia 4.

O que eu acho da banda: pelos nomes, tem potencial. Pelo resutado, tem algumas coisas boas e algumas que dariam boa trilha sonora de cruzeiro caribenho.


- A banda do Nikolai, Nickel Eye, já está com o CD gravado e lança em janeiro.

O que eu acho da banda: O nome é terrível. Parece Police com Strokes com algo punk. É a mais legal.

- O Nick Valensi virou fotógrafo (as fotos estão a venda e para ver no site dos Strokes)

O que eu acho das fotos: as fotos são legais. O curioso é que são todas dos próprios Strokes em turnês e momentos de descontração.

- Agora, a que enterra: Julian Casablancas abriu um restaurante para os ricos e famosos em Hollywood. Chama Shin Korean BBQ. Ele abriu em parceria com o Mark Ronson, e mais algumas outras celebridades que despositaram seus milhões neste empreendimento. O chef chama-se Shin e é filho de coreanos. A comida, se ainda precisasse dizer, é churrasco coreano.

O que eu acho da comida: não sei, mas é o mais novo clichê indie.




O restaurante

Dizem eles que não acabaram e que voltarão a gravar juntos. Duvide-o-dó.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Notas rápidas



Hora de fazer um curto e rápido dever cívico. Mulheres do mundo, façamos o auto exame de câncer de mama. Câncer é uma coisa muito horrível, pegando muito gente legal, então é preciso sempre estar esperto. Aqui tem todas as instruções de como fazer. E sempre pensar coisas boas pra quem está se tratando ficar bom logo!!!











Mudando totalmente de assunto, a Leila me passou um link depois do post do Bansky de uma outra exposição-protesto desvirtuando personagens da Warner Bros. Eu acho que chama "SPLATTER - the plausible impossibility of death in the minds of cartoon characters - part 4" (não achei outra coisa com mais cara de nome) e fica em Londres. Tem todos os personagens destroçados, ensanguentados e tudo mais que aconteceria se os desenhos não fossem para criança. Eu na verdade nunca gostei destes desenhos porque sempre achei agressivo e estranho, mas essa releitura do mal até que ficou interessante. Essa foto e várias outras, aqui.



domingo, 12 de outubro de 2008

Bruno (Sacha Baron Cohen) preso em Milão



Essa eu achei muito gozada.

Bruno, o austríaco modelete, um dos alter egos do Sacha Baron Cohen (sendo o mais famoso, Borat) foi preso em Milão por invadir uma passarela na Semana de Moda de Milão, mais precisamente no desfile de uma marca chamada Iceberg. Ele entrou todo vestido com velcro e outros elementos incompreensíveis, mais uma peruca loura, como se fosse uma das modelos. De repente Bum! Alguém percebe, as luzes se apagam e ele é levado pela Polizia. Não sei por que diabos ele achou que ia ser um bom toque colocar um saco verde na cabeça a partir do momento que é capturado, mas fica engraçado.
Notem também na cara de esquilo do homem puxando ele. Tudo é divertido!
Essa imagem deve estar em mil sites, mas eu peguei
neste aqui, que também tem o vídeozinho do lance todo acontecendo.