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sábado, 26 de junho de 2010

VAMOS AJUDAR ALAGOAS E PERNAMBUCO!!!


fofos: site terra noticias


Como a maioria de vocês deve saber, as chuvas destas últimas semanas ja fizeram várias vítimas e deixaram varios desabrigados em Alagoas e Pernambuco, e as enchentes atingem 87 municípios!

Podemos ajudar com doações de alimentos não perecíveis, materiais de higiene pessoal, vestuário, roupa de cama e recursos financeiros.


Hoje é um dia ótimo para você colocar o armário abaixo e tirar tudo aquilo que não usa. Nós do Putz e algumas amigas fizemos isso e estamos juntando tudo que não usamos para doar.

Achei um pouco difícil encontrar postos específicos para esta doação. Na internet não fala muito como nós de São Paulo podemos ajudar. Mas enfim achei! E resolvi postar aqui. Quem se interessar pode trabalhar como voluntário de várias formas, é só entrar em contato com a Sede da Defesa Civil da Cidade de São Paulo.


AS DOAÇÕES SERÃO RECEBIDAS NA SEDE DA COORDENADORIA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL (COMDEC) - RUA AFONSO PENA, 130 (24H). tel: 11 3313-5726


Para quem não é do estado de São Paulo, também encontrei este site que pode dar mais informações : http://www.sosalagoas.al.org.br/

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Alguma coisa sobre a Copa do Mundo


Quando essa Copa começou, devo admitir que não estava muito envolvida. Talvez porque a Suécia não tenha nem classificado, talvez porque essa seleção brasileira não tem o menor carisma e os auês em cima do Dunga me dão sono.

Mais do que isso, essa comoção nacional em cima da Copa, todo mundo com bandeira... Me deixa meio deprimida. Nada contra tudo isso, mas o que eu queria mesmo é que as pessoas fizessem isso em época de eleição, de independência, sei lá, mas que o orgulho nacional não se apoiasse em bases tão... Efêmeras.

Ainda mais porque é óbvio que o Brasil não vai ganhar essa Copa. Como ele vai ganhar a próxima, em casa, já vai ser hexa. Se fosse virar hepta, ia ficar tão longe que os outros times iam perder o interesse. Não estou sugerindo que seja tudo pago e combinado. Chamem de karma se quiserem, de palpite, pra mim tanto faz.

Mas enquanto isso a Copa foi começando... Aquele primeiro jogo da Alemanha foi sensacional, dois dias depois teve o jogo da Dinamarca e da Holanda, e eu, que estava torcendo para os dois, fiquei com sentimentos ambíguos quando meus primos escandinavos fizeram um gol contra. E nessas, já estava ficando envolvida.

Uma amiga eslovena tinha brincado que se a Eslovênia passasse pra segunda fase, ia ser feriado nacional. Eu achei engraçado, mas depois me toquei que aqui qualquer jogo do Brasil na Copa é feriado nacional. E assim foi na estréia, 202km de trânsito em São Paulo às 15:00hrs, e muita expectativa. Eu perdi o bolão (tinha apostado 3x1), mas me diverti.

Aí meu primo (sueco) me diz que está juntando dinheiro e quer vir pra Copa em 2014. Eu não consegui nem ficar feliz por vê-lo, fiquei só agoniada pensando no caos de estádios e projetos inacabados, robalheira a solta, colapso do sistema aéreo e rodoviário do país.... E sempre me choca que não se discutem esses projetos num debate mais amplo, e nem IAB, nem FNA, nem AsBEA, nem mesmo a FeNEA reinvindicam esse direito no mínimo ao debate, que dirá de abrir concursos públicos nacionais pra criação de projetos. Aproveitar a chance da Copa (e Olimpíada) com espírito empreendedor, usando a injeção de dinheiro e olhos pra cá para repensar nossos modelos de cidade, nossos ícones urbanos.

Ainda por cima vem a notícia que o Morumbi foi vetado. Depois do projeto do Ruy Ohtake, depois do projeto do escritório alemão especializado em estádios. E que a decisão era puramente política por questões do Ricardo Teixeira com o São Paulo. Faltando quatro anos pra Copa, Copa está que cria feriados e representa uma parcela assustadora do orgulho nacional. E arquitetos e urbanistas que lêem a notícia no jornal pela manhã, saem pra trabalhar e nada fazem a respeito. Fiquei meio deprimida de novo.

Mas continuei vendo os jogos, vendo o Brasil, vendo a Dinamarca, a Eslovênia... E realmente, Copa é muito legal. Só a vuvuzela e algumas coisinhas que mencionei acima que não o são.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Parabéns (?) Brasília

Texto enviado especialmente pela Camila para a comemoração dos cinquenta anos de Brasília! Muito bom!



Há 50 anos surgiu uma nova cidade, uma capital. Carregada de significados e desejos de uma nova sociedade, Brasília se instalou no meio do cerrado, cercada de nada. Algo teria, necessariamente, que vir até ela. E vieram muitos algos, muitos alguéns. Brasília então começou a surgir como espaço construído e como sociedade, para poder rápida e finalmente ser inaugurada como cidade.


Mas o que de fato surgiu, e como evoluiu e se estabeleceu no meio do território brasileiro? Essa cidade consegue ser a representação de um povo e de sua cultura? A sociedade almejada por seus criadores chegou até aquele local assinalado com um sinal da cruz?

Visitar Brasília é uma experiência única. Maravilha-se com a grandiosidade do Eixo Monumental e com a suposta generosidade dos espaços criados nas Superquadras. Assusta-se com a dificuldade de uma simples travessia de ruas, na busca de uma faixa de pedestres. Fica-se abismado com a quantidade inimaginável de toldos que é possível colocar em um edifício com apenas 6 andares; o que torna bastante difícil a comunicação entre a mãe que está no apartamento e o filho que brinca no jardim. Mostra-se de uma dificuldade imensa o conhecimento dos pilotis tanto enaltecidos pela arquitetura moderna: hoje em dia os salões de festa se fazem extremamente necessários.

Em outra escala, pode-se pensar na riqueza cultural que uma nova cidade pode trazer a um país. Pessoas vindas de todas as partes de um território tão extenso, para construir e residir no que configura a nova cara do Brasil, mas para eles está reservada tão somente a construção.

Brasília trazia consigo o desenho de um novo espaço para uma nova sociedade, que ainda não havia sido estabelecida, mas que o futuro havia de trazer. Mal sabia Lúcio Costa que o futuro ainda vai demorar a chegar (sendo isso uma visão bastante otimista, pois pode ser que não chegue jamais). Uma cidade criada para uma população que se contenta em utilizar somente das suas unidades de vizinhança; que não necessita de transporte público para sua mobilidade diária; que pode contar com o desenvolvimento igualitário de um país que promete! Mal sabia...

Hoje Brasília consegue, infelizmente, ser o retrato da sociedade brasileira com um todo, da sua desigualdade tão gritante, independente da distância ou proximidade física. E da falta de tato daqueles que planejam não só o espaço, mas a vida daqueles que o ocupam. Pois é necessário planejamento, é necessária a continuidade de um pensamento, atrelado a uma visão concisa do todo. Uma capital jamais será a representação de um ideal de país que não existe. Faltou para o Brasil (e não para Brasília) que aqueles que determinaram o caminho que a política ia seguir lessem o memorial de Lucio Costa. E que, condizente com todo aquele discurso de uma cidade que “se caracteriza pela simplicidade e clareza do risco original, o que não exclui, conforme se viu, a variedade no tratamento das partes, cada qual concebida segundo a natureza peculiar da respectiva função, resultando daí a harmonia das exigências de aparência contraditória. É assim que, sendo monumental, é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional”, buscasse um país que se caracterizasse tal qual (o projeto de) sua capital.

E é com esse descompasso existente entre parte e todo que o país deseja a seu centro representativo, um grande e sonoro Parabéns (?)!


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Política (divagações #265)



Eu gosto de discutir política. Mas gosto do jeito que vale a pena. Como no futebol, e (is)pure bem disse, existe o jeito crítico de discutir, e existe o jeito de idéias cristalizadas e que não vão mudar; não há debate, há disputa de egos.

Então pra discutir política do jeito que me parece valer a pena, vamos lá.

Semana passada o Lula fez um discurso não me lembro pra quê, em que (apesar de poder ser punido pelo TSE por fazer campanha antes da hora), disse que “nós (Brasil, brasileiros, governo) estamos no meio da travessia de um rio, e que se dermos meia volta agora, corremos o risco de nos afogarmos”.

Achei bonita essa metáfora independente do significado político. Fiquei pensando sobre a imagem do rio, de que mesmo seguindo em frente, corremos o risco de nos afogarmos. E que pela conjuntura do Brasil no mundo hoje, parece que estamos mesmo na travessia de um rio, e que estamos em um momento propício e necessário para se discutir o rumo desta travessia.

Em palestra na exposição Modernista: 80 anos, Carlos Martins falou sobre o Brasil, o papel da cidade e do arquiteto, e lembrou que essa idéia de que somos países em desenvolvimento e que iremos chegar ao nível dos avançados, hoje já é sabidamente uma lenda, mas emendou e afirmou que hoje se sabe que nós é quem somos o futuros destes outros países.

O que ainda me dá agonia é que mesmo quando se pensa tudo isso, na maioria das vezes, continuamos presos num discurso vazio, sem aplicação prática.

Já se sabe há mais de década que os arquitetos produzem 5% do que é produzido no país. Só que mesmo tendo ouvido esta estatística mil vezes, nunca vi ela ser emendada por uma proposta.

E eu vou fazer a mesma coisa agora, porque também não sei que resposta se poderia dar. Mas em tempos de eleição, mudanças climáticas e final do campeonato paulista, dá vontade de ter uma.

A única coisa que eu tenho certeza, é que os tempos de cada um no seu quadrado fazendo uma coisa totalmente alheia à que o próximo está, já eram.



E aí está, mais uma declaração vazia sobre política, pra se juntar à pilha. Idéias que estruturam um começo e um fim, mas não tem o meio, a sustança. Vou lá no meu quadrado pensar sobre como sair dele e quando descobrir eu acrescento o miolo do bolo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

GREVE DO BIGODE

O tema de hoje é politico e atual. Não gosto muito deste assunto, me parece sempre uma grande palhaçada. Mas acho que exatamente por isso desta vez gostei.


Hoje fiquei sabendo da GREVE DO BIGODE por um blog. O Tema é: "Só tiro meu bigode quando o Senado tirar o dele".

Aos que não acompanham as noticias, (porque muita gente não acompanha assunto nenhum e acha lindo... mas isso deixa pra lá.) se refere ao Sarney.

A greve dura até o Sarney cair do Senado, e é virtual. O blog pede para que os homens deixem bogode crescer e as mulheres coloquem bigodes bem criativos em suas fotos. E que as fotos se espalhem por blogs, msn, orkut e etc.


O endereço do blog é http://tiremobigode.blogspot.com/



E esta foi a dica do dia.



segunda-feira, 13 de julho de 2009

Eu tenho vergonha da Revista da Folha

As vezes que li às reportagens da Revista da Folha, achava tudo muito engraçadinho. Reportagens sobre moda, animais fofos que eu adoro e todas as tentativas frustradas ao tentar falar de arquitetura e urbanismo. Eu tenho para mim que eles estão sendo irônicos, que não acreditam no que escrevem. Só pode ser piada, claro.

Essa falta de propriedade ao falar sobre assuntos sérios costumava me divertir, mas, ao ler essa última reportagem, “São Paulo imaginada” ( dia 12 de julho) eu me senti ofendida. Isso não é uma piada.

Eu sempre gostei muito de jogar futebol, de ver os jogos e torcer com a camisa vestida. Entretanto, tudo tem um limite; “O exercício de imaginar uma São Paulo reestruturada- com sistema de transporte adequado ao seu tamanho, transpassando prédios futurísticos- tem sido fomentado pelo maior evento futebolístico do planeta”. Revista da Folha, pág. 9

Grandes eventos esportivos promovem a construção de novas infraestruturas, deixando ao seu término, importantes equipamentos públicos. Fato. Mas, o sistema de transporte de São Paulo tem sido discutido exaustivamente há tempos e, digo isso por experiência própria. Não posso acreditar que a Copa de 2014 tenha sido o motivo de tal preocupação urbana.

“Um metrô conectando o centro ao aeroporto de Cumbica. Edifícios com arquiteturas de grifes espalhados pela cidade. São rascunhos de uma nova São Paulo em projetos que somam R$ 32 bilhões, com recursos da prefeitura , do Estado e do governo federal” pág. 9 e 10

Gastrite. Estou me sentindo mal. E, “arquitetura de grife”, que $#%#@ é essa? Era melhor quando eu tinha para mim que eles não estavam falando sério.

Bom, vamo lá, “Por favor, me vê essa casa com etiqueta no telhado ta? Faço questão de pagar mais caro por isso. E, claro, neoclássico com telhado tipo chalé suíço”. Um looshu.

A reportagem segue assim, sem critério e sem convicção. Falam com naturalidade do Ruy Othake ter feito um projeto de reforma para o Estádio do Morumbi, (projeto do arquiteto Vilanova Artigas), citam como exemplo de transformação urbana o Guggenheim de Bilbao, na Espanha, como se fosse possível ter a mesma leitura cultural no Brasil e na Europa; essa mania de querer ser a Europa.

Constatam inocentemente que a cidade, em pouco tempo, vai se transformar em um canteiro de obra; não poderia deixar de ser diferente, mais uma vez a cidade transforma pela urgência, pela ganância. O exemplo maior: as Marginais Tietê e Pinheiros, as avenidas fundo de vale (outro assunto polêmico).

Quando já estava pensando seriamente em tomar um calmante, eu li o seguinte título “ Favelas do futuro”.

Lamentável: “Um modelo de estudo para o futuro da metrópole se baseia em artigo elaborado pelo sueco Jesper Nylund para a Swedish University of Agricultural Sciences, com apoio da embaixada da Suécia, que chega a projetar uma São Paulo sustentável para o ano de 2050. O texto de 45 páginas faz uma prospecção com desenhos e descrições das favelas”.

foto: revista da folha,12 de julho de 2009, ano 17, pág.12 e 13

Super legal né? Ai, o Ruy Othake ajuda com a pintura das fachadas e fica tudo um lindo cenário.

A favela é a indicação de que alguma coisa não está certa, de que esta democracia não é para todos. É a marca da estupidez humana.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Uma História Fabulosa (parte 2/2)


Não que muita gente tenha se comovido com a parte 1, mas aí vai.
E agora entra a parte realmente fabulosa.





Estávamos, eu, a velhinha, as milhares de páginas e o mestre de budismo dela. As meninas xerocaram o extrato da mãe, foram embora. A velhinha acendeu um cigarro, deu um trago olhando pela janela, apagou e se sentou de novo frente a furadeira.

- Bom, então ele estava fugindo, né. E foi indo para o Oriente. Quando ele chegou no Tibet, um grupo de monges acolheu eles, porque eles são assim né, acolhem, não estão preocupados se a polícia está atrás, sabiam que eles tinham feito a coisa certa. Então ele ficou lá, e passou a viver com os monges e fazer a rotina deles, estudar e meditar o dia todo.
Mas ele começou a ficar com muitas saudades de casa. E ficava lembrando daquela árvore, como que chama? Aquela árvore que dá a pêra... Ah! Uma pereira que tinha no quintal da casa dele quando ele era criança. E sempre ele se lembrava dessa árvore e ficava muito triste, queria voltar pra casa.
Um dia o mestre veio pra ele e perguntou “você está com saudades de casa. né?” “Estou sim.” E então o mestre juntou as duas mãos dele, e quando abriu, tinha uma flor de pera, a mesma que ele ficava pensando! Ele não conseguia nem acreditar!

- Nossa, como assim?

- È pra você ver, como a gente usa muito pouco da nossa capacidade cerebral, a gente nem sabe de que coisas a gente é capaz. Os monges sabem. E o monge disse “você pode voltar pra casa agora”.
Ele veio pro Brasil e o exército deu proteção pra ele. No prédio que ele morava, morava militar na frente, em cima e em baixo, pra garantir que ele estaria salvo.

E meus álbuns ficando prontos, todos muito bonitos.

- Foi nessa época que tive aulas com ele. Tinha se tornado um homem iluminado.

- E o que aconteceu com ele?

- Casou com uma mulher muito chata e briguenta e foi ganhando de volta todos os vícios e problemas que a gente tem. Se perdeu.

- Que pena! E como ele está hoje?

- Ah, hoje já morreu, faz muitos anos já. Ele passou muita dor, muita fome, isso deixa marcas no corpo, né.

- Mas que pena ele ter arranjado essa esposa chata aí!

- Ai, nem me fale...

E me trouxe os álbuns, eu paguei, desejei uma boa noite e fui embora. Não estava entendendo nada, não sabia se o que tinha acabado de acontecer era real. Estava bem no lusco-fusco, e nesse horário eu não enxergo nada. Um mendigo passou por mim e gritou rindo “você já morreu!” e eu fiquei na dúvida que talvez ele tivesse razão.

Não sei se a velhinha conseguiria inventar uma história tão boa, ou memorizar trechos de filmes e juntá-los, ainda mais com este final anticlímax, só deixa tudo mais misterioso.

Mas que ela sabia contar uma boa história, isso não há dúvidas. Certamente não fiz justiça com ela, neste relato.

Espero que ela esteja bem.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Uma História Fabulosa (parte 1/2)


Vou contar uma história que eu ouvi, e que quando eu conto e as pessoas não acreditam.

Faz algum tempo, eu tinha em mãos uma enorme pilha de papéis com fotos grudadas neles, e que, encadernados, viriam a ser o meu álbum de viagem à Índia, Nepal e China.

A história começa quando eu fui atrás de um lugar para efetivar esta encadernação e descobri que, nas férias, as papelarias e gráficas ficam preguiçosas. Fui em uma, duas três... Todas fechadas para balanço, devido ao recesso escolar, ou porque quando eu me dispus a fazer isso, estava começando a anoitecer. Só que eu queria muito o meu lindo álbum, pra poder mostrar pras pessoas onde eu tinha ido. Logo, continuei andando e procurando.

Numa livraria já meio vagabunda, me indicaram que na sobreloja de umas duas casinhas adiante, tinha um lugar de xerox e encadernação. Lá fui eu, sem muita fé.

Subi as escadas de madeira escura e pouco iluminadas da tal sobreloja para dar num muquifo de fórmica rachada e jornal velho. O lugar era amarelo. Porque amarelou com o tempo. E no meio dele tinha uma velhinha chinesa fumando um cigarro.

A chance de estragar as milhares de folhas cuidadosamente coladas parecia grande, mas como eu disse, eu queria muito encadernar aquilo logo. Seriam três álbuns.

A velhinha apagou o cigarro e veio me atender. Pelo cuidado com que ela pegava as folhas e as separava, fiquei tranqüila que ia sair certinho. E me pus a ler o mural de tirinhas do lado do balcão.

- Nossa, foi você que tirou essas fotos?

- Foi sim.

E me perguntou quando eu tinha ido, pra que cidades, quanto tempo, o que eu tinha achado.

- Eu fiz aula de budismo muitos anos. Meu professor passou por esses lugares aqui que você foi.
Fura, junta, fura, fura, espirala.
- Ele era professor de química no Mackenzie. Isso faz muito tempo, né. Aí uma empresa americana chamou ele pra trabalhar lá nos Estados Unidos, nos projetos do governo, e ele foi. No lugar que ele trabalhava, tinha gente de todos os países, mas de repente eles descobriram que o que eles estavam produzindo eram armas químicas! E ele e os outros cientistas não tiveram dúvida: destruíram o laboratório e fugiram clandestinamente do país na mesma hora.

E encadernava, e me olhava, e meus olhos se arregalavam frente aos dela.

- E aí tinha CIA, FBI, não lembro qual era, atrás deles. Eles foram pra Europa. Viveram escondidos em vários países, e foram indo para o Leste. Passou fome, tudo.

Nessa hora entraram duas meninas com um extrato de banco da mãe de uma delas para ser xerocado. E a história se interrompeu, assim como vou interromper para você, caro leitor, pra que não fique cansativo. Em breve, mais.


sexta-feira, 20 de março de 2009

Cidade e arte

Saí no metrô Anhangabaú as 21:15hrs de uma quarta-feira e pus-me, inadvertidademente, a caminhar na direção radialmente oposta àquela pretendida. Pretensão esta de entender a cidade, de saber lidar com ela.

É evidente que neste momento eu não tinha percebido que estava indo para o lado errado, mas sentindo algo de estranho no trajeto, olhava para cima, me localizava pelos edifícios. Meu quebra-cabeça urbano lutava para recalcular a rota, inseguro. Perguntei, ninguém sabia, quatro vezes.

Girei 180° e segui percurso, porque este tanto eu deduzi. Caí na rua errada, me vi cercada de pessoas que me viam como alienígena. Meus sapatos pareciam cobiçados nos olhares atentos e direcionados. Dei meia volta e parti num caminho que permitisse o sucesso da empreitada.

Um carro de polícia apareceu me seguindo e me senti segura, escoltada. Andávamos apenas eu e a viatura numa viela de pedestres. O carro parou, um homem em prantos foi jogado na rua. Mudei de direção novamente.

Contornei, cheguei. Cheguei e entrei num espaço cultural num hotel reciclado.

Surgiu um flautista. Surgiu um grupo de dança, motivo de toda a história. Surgiu movimento, vida, ocupação artística do espaço. Meus sentidos foram estimulados pela textura, pelo som e pelo que se criava ali. Um estímulo bastante contrastante com a experiência imediatamente anterior.

Em tudo isso, me vi perplexa. Não sei ainda analisar ou emblematizar esta situação, mas a caricaturização da vivência urbana me surpreende sempre.

Foto tirada por mim, lá.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Números bizarros


O Sérgio Dávila, em seu blog, vem postando fatos que já diferenciam a administração Obama da de Bush. Colocou uma lista da Harper's Magazine com estas diferenças em números. Seguem aqui algumas das mais legais, em português (a lista completa está lá, mas em inglês - espero ter traduzido direitinho).

Vale a pena dar uma passada lá para ver as imagens da incrível metamorfose de Dick Cheney em Dr. Strangelove!

O projeto da Casa Branca (1793 - projeto de James Hoban). Imagem da Wiki.

As quantidades:

- Número de anos antes de virar Secretário de Energia que Spencer Abraham co-patrocinou um projeto de lei para extinguir o Ministério de Energia: 2

- Número de meses antes de 11 de setembro de 2001 que a Comissão de Energia de Dick Cheney investigou as reservas de petróleo do Iraque: 6

- Data em que foi assinado o primeiro contrato de livro sobre o 11 de Setembro: 13/09/01

- Número de homens árabes, sul-asiáticos e norte-africanos detidos nos EUA nas oito semanas depois do 11 de Setembro: 1.182
- Número destes homens condenado por crime terrorista: 0
- Número condenado por imigração ilegal: 762

- Número mínimo de ligações que o FBI recebeu no outono de 2001 de moradores de Utah afirmando terem visto Osama Bin Laden: 20

- Porcentagem de Americanos em 2006 que acreditavam que americanos muçulmanos deveriam ter um RG diferenciado: 39

- Porcentagem de emendas do Bill of Rights (as dez primeiras emendas da constituição americana) violadas no USA PATRIOT Act segundo a ACLU: 50

- Quantidade de vezes que um iraquiano teve mais chance de morrer em 2006 do que no último ano do regime de Saddam: 3.6
- Fator que a causa da morte fosse violenta: 120
- Chances de que um iraquiano tenha abandonado sua casa desde o começo da Guerra: 1 em 6
- Proporção de residentes de Bagdá em 2007 que tiveram um familiar ou amigo ferido ou morto desde 2003: ¾

- Número de veteranos de Guerra americanos para os quais foi negado o plano federal de saúde para veteranos desde 2003: 452.677
- Crescimento percentual de 2004 a 2007 no número de recrutas aceitos no exército previamente condenados por delito: +295

- Data em que a casa Branca anunciou ter parado de procurar Armas de Destruição em Massa no Iraque: 1/12/05

- Data em que os EUA colocaram Guantánamo no mapa do clima: 03/01/05

- Número de incidentes de tortura mostrados no horário nobre da TV de 2002 a 2007: 897
- Número nos sete anos anteriores: 110

- Crescimento percentual de migração dos EUA para o Canadá desde 2000: +79

- Número de estados que John Kerry teria vencido em 2004 se os votos nos EUA fossem apenas dos mais pobres: 40
- Se fossem apenas dos mais ricos: 4

- Crescimento percentual do número de jovens americanos usando drogas ilegais: -9
- Crescimento percentual do número de adultos americanos de mais de 50: +121

- Número de vezes que a FDA se reuniu com usuários e grupos de pacientes quando revisavam a política de drogas em 2006: 5
- Número de vezes que se encontrou com representantes da indústria: 113

- Dólares que o Ministério da Justiça gastou em 2001 colocando cortinas para cobrir duas estátuas seminuas: $8,650,00

- Número de cidades americanas que passaram resoluções pedindo o impeachment de Bush: 92

- Porcentagem de cientistas da EPA que disseram ter sofrido influência política em seu trabalho desde 2002: 60

- Número de espécies declaradas em extinção no governo Bush: 61
- Media anual declarada por Clinton: 65

- Dias depois do Furacão Katrina que o gabinete de Cheney mandou a companhia elétrica recolocar energia em dois dutos de petróleo: 1
- Dias depois do furacão que a Casa Branca autorizou o envio de tropas federais para Nova Orleans: 4
- Porção dos $3.3 bi do fundo de ajuda ao Furacão Katrina gasto pelo Mississipi que foi para as populações mais pobres: ¼

- Mudança percentual no numero de recém-nascidos em Louisiana e Mississipi chamados Katrina no ano apos a tempestade: +153
- Ranking do nome Nevaeh (heaven ao contrário) como nome que ficou mais popular para bebês desde 2000: 1

- Quantidade mínima de livros lançados sobre Bush desde 2001: 606

- Número de conferências de imprensa em que Bush chamou uma pergunta de “truque” (como em maliciosa): 14

- Ranking de Bush entre os presidentes americanos com maior taxa de rejeição: 1

- Percentual médio de americanos que aprovaram o trabalho de Bush no Segundo mandato: 37
- Percentual médio de russos hoje que aprovam a direção que o país tomou sob o comando de Stalin: 37

domingo, 12 de outubro de 2008

Bruno (Sacha Baron Cohen) preso em Milão



Essa eu achei muito gozada.

Bruno, o austríaco modelete, um dos alter egos do Sacha Baron Cohen (sendo o mais famoso, Borat) foi preso em Milão por invadir uma passarela na Semana de Moda de Milão, mais precisamente no desfile de uma marca chamada Iceberg. Ele entrou todo vestido com velcro e outros elementos incompreensíveis, mais uma peruca loura, como se fosse uma das modelos. De repente Bum! Alguém percebe, as luzes se apagam e ele é levado pela Polizia. Não sei por que diabos ele achou que ia ser um bom toque colocar um saco verde na cabeça a partir do momento que é capturado, mas fica engraçado.
Notem também na cara de esquilo do homem puxando ele. Tudo é divertido!
Essa imagem deve estar em mil sites, mas eu peguei
neste aqui, que também tem o vídeozinho do lance todo acontecendo.