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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Última Vez que Fui na Feira Escandinava, ou Como Roubaram Minha Infância



Devo começar esta triste história explicando que meu pai é sueco, logo, metade da minha família – e de mim – também.

Por causa disso, eu vou à Feira Escandinava desde que me conheço por gente. Era lá que a gente comprava as comidas para a ceia de natal, mas era também todo um ritual: todo ano a gente comprava as mesmas coisas, comia os mesmos sanduíches servidos pelas mesmas pessoas, e eu passava um tempo com a minha avó, que sempre trabalhou em uma das barracas da feira. Teve até um ano que eu fui assistente dela fazendo embrulhos.

Desde 1997 minha avó já não trabalhou mais lá. Meus avós voltaram definitivamente para a Suécia, e lá faleceram. Mas eu continuei indo todo santo ano, fazendo exatamente a mesma coisa. E na barraca da minha avó, sempre me enchi os olhos de lágrima, de saudade (já enche só de escrever sobre isso).

Com o passar dos anos, foi todo mundo perdendo o saco de ir na feira – pai, mãe, irmã... Estava cada vez mais cheia e já não dava para comprar nada. Mas eu continuei indo, mesmo sabendo que alguma coisa grande tinha mudado no caráter do evento, e não era só a minha experiência familiar.

No ambiente das comidas, o mais disputado, formavam-se filas gigantes, os corredores eram esgotados em segundos, e eu ouvia comentários como “Benhê, o que é isso?” para, digamos, um pote de arenque “Sei lá” “Ah, vou pegar uns três”. Aí na fila do caixa, começava o escambo. “O que é isso no seu carrinho? Troca por um desse?” e eu não estou exagerando, porque uma vez em Roma – e claramente não em um país nórdico – só me restava aderir a essa loucura para conseguir os ingredientes da ceia e eu fazia altas negociações. Isso sem contar os carrinhos abandonados na frente do caixa, as pilhas de produto no chão porque as pessoas pegaram coisa demais e não conseguiam pagar... Em suma, uma experiência chata e estressante.

Mas eis que este ano meu pai se animou de ir de novo, e eu achei que ia ser bacana. Nós temos convites, que em teoria são para a comunidade escandinava, para quem entende a feira como tradição e como um elemento de identidade cultural. Mas ao chegar lá, a fila dobrava esquina, e seguia. Quando os portões se abriram, criou-se uma grande muvuca na porta e resolveram deixar as pessoas entrarem em turnos. Nas conversas telefônicas à minha volta, eu ouvia coisas como “já entrou? Tá com carrinho? Pega tudo, não vai sobrar nada”.

Vejam, aqui é importante fazer um parêntese de que eu não acho que este deva ser um evento fechado, sempre adorei levar meus amigos e eu mesma sou metade brasileira com muito orgulho. A questão não é nem quem entra, deixa de entrar, ganha convite ou não. É na postura do consumo, num absoluto esvaziamento de significado do evento.

Pela primeira vez, talvez porque meu pai estava comigo, tive coragem de desistir. Coloquei os óculos escuros para disfarçar que estava chorando. A minha sensação é que naquele momento, aquela horda insana por consumir sabe-se lá o que, roubou minha avó e minha infância de mim.

Não digo que nunca mais vou. Mas se voltar, já não será com aquele carinho que por tantos anos eu consegui preservar sobre esta tradição. É realmente uma pena.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

...Ah, tem coisa que é mal gosto mesmo!



Essa semana resolvi dar uma organizada nas pastas do computador e achei muita que eu nem me lembrava.

A mais divertida foi esta foto, tive que dividir este momento porque é tá dificil guardar só para mim...

É... como arquiteta não consigo deixar de ser critica em diversas situações. Arquitetos sempre observam demais os espaços... Inevitável!

Chega uma hora que a gente desiste de tentar entender as pessoas que acham que são arquitetas, as que acham que são engenheiras, as que acham que são decoradoras... O melhor é rir das coisas!

Vamos logo ao assunto.

Fiz uma viagem há um tempo atras e fiquei em um albergue. Já fiquei em albergues muito legais, mas esse deixou bem a desejar, viu...
A pior lembrança que tenho é a do banheiro. E tá ai a foto que eu achei hoje do pior ângulo dele.
"DECORARAM" a banheira do banheiro mais sujo e caindo aos pedaços que ja vi!
Uma mata de plantas e animais selvagens de PRÁSTICO!




Tenho certeza que vendo isso você pensou: MEODEOSSSSSSSSS!!!!!!!!!!


É... Eu também!!! E juro que ao vivo é bem PIOR!

Sem mais comentários... O banheiro não merece!

Gracias!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Alguma coisa sobre a Copa do Mundo


Quando essa Copa começou, devo admitir que não estava muito envolvida. Talvez porque a Suécia não tenha nem classificado, talvez porque essa seleção brasileira não tem o menor carisma e os auês em cima do Dunga me dão sono.

Mais do que isso, essa comoção nacional em cima da Copa, todo mundo com bandeira... Me deixa meio deprimida. Nada contra tudo isso, mas o que eu queria mesmo é que as pessoas fizessem isso em época de eleição, de independência, sei lá, mas que o orgulho nacional não se apoiasse em bases tão... Efêmeras.

Ainda mais porque é óbvio que o Brasil não vai ganhar essa Copa. Como ele vai ganhar a próxima, em casa, já vai ser hexa. Se fosse virar hepta, ia ficar tão longe que os outros times iam perder o interesse. Não estou sugerindo que seja tudo pago e combinado. Chamem de karma se quiserem, de palpite, pra mim tanto faz.

Mas enquanto isso a Copa foi começando... Aquele primeiro jogo da Alemanha foi sensacional, dois dias depois teve o jogo da Dinamarca e da Holanda, e eu, que estava torcendo para os dois, fiquei com sentimentos ambíguos quando meus primos escandinavos fizeram um gol contra. E nessas, já estava ficando envolvida.

Uma amiga eslovena tinha brincado que se a Eslovênia passasse pra segunda fase, ia ser feriado nacional. Eu achei engraçado, mas depois me toquei que aqui qualquer jogo do Brasil na Copa é feriado nacional. E assim foi na estréia, 202km de trânsito em São Paulo às 15:00hrs, e muita expectativa. Eu perdi o bolão (tinha apostado 3x1), mas me diverti.

Aí meu primo (sueco) me diz que está juntando dinheiro e quer vir pra Copa em 2014. Eu não consegui nem ficar feliz por vê-lo, fiquei só agoniada pensando no caos de estádios e projetos inacabados, robalheira a solta, colapso do sistema aéreo e rodoviário do país.... E sempre me choca que não se discutem esses projetos num debate mais amplo, e nem IAB, nem FNA, nem AsBEA, nem mesmo a FeNEA reinvindicam esse direito no mínimo ao debate, que dirá de abrir concursos públicos nacionais pra criação de projetos. Aproveitar a chance da Copa (e Olimpíada) com espírito empreendedor, usando a injeção de dinheiro e olhos pra cá para repensar nossos modelos de cidade, nossos ícones urbanos.

Ainda por cima vem a notícia que o Morumbi foi vetado. Depois do projeto do Ruy Ohtake, depois do projeto do escritório alemão especializado em estádios. E que a decisão era puramente política por questões do Ricardo Teixeira com o São Paulo. Faltando quatro anos pra Copa, Copa está que cria feriados e representa uma parcela assustadora do orgulho nacional. E arquitetos e urbanistas que lêem a notícia no jornal pela manhã, saem pra trabalhar e nada fazem a respeito. Fiquei meio deprimida de novo.

Mas continuei vendo os jogos, vendo o Brasil, vendo a Dinamarca, a Eslovênia... E realmente, Copa é muito legal. Só a vuvuzela e algumas coisinhas que mencionei acima que não o são.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Parabéns (?) Brasília

Texto enviado especialmente pela Camila para a comemoração dos cinquenta anos de Brasília! Muito bom!



Há 50 anos surgiu uma nova cidade, uma capital. Carregada de significados e desejos de uma nova sociedade, Brasília se instalou no meio do cerrado, cercada de nada. Algo teria, necessariamente, que vir até ela. E vieram muitos algos, muitos alguéns. Brasília então começou a surgir como espaço construído e como sociedade, para poder rápida e finalmente ser inaugurada como cidade.


Mas o que de fato surgiu, e como evoluiu e se estabeleceu no meio do território brasileiro? Essa cidade consegue ser a representação de um povo e de sua cultura? A sociedade almejada por seus criadores chegou até aquele local assinalado com um sinal da cruz?

Visitar Brasília é uma experiência única. Maravilha-se com a grandiosidade do Eixo Monumental e com a suposta generosidade dos espaços criados nas Superquadras. Assusta-se com a dificuldade de uma simples travessia de ruas, na busca de uma faixa de pedestres. Fica-se abismado com a quantidade inimaginável de toldos que é possível colocar em um edifício com apenas 6 andares; o que torna bastante difícil a comunicação entre a mãe que está no apartamento e o filho que brinca no jardim. Mostra-se de uma dificuldade imensa o conhecimento dos pilotis tanto enaltecidos pela arquitetura moderna: hoje em dia os salões de festa se fazem extremamente necessários.

Em outra escala, pode-se pensar na riqueza cultural que uma nova cidade pode trazer a um país. Pessoas vindas de todas as partes de um território tão extenso, para construir e residir no que configura a nova cara do Brasil, mas para eles está reservada tão somente a construção.

Brasília trazia consigo o desenho de um novo espaço para uma nova sociedade, que ainda não havia sido estabelecida, mas que o futuro havia de trazer. Mal sabia Lúcio Costa que o futuro ainda vai demorar a chegar (sendo isso uma visão bastante otimista, pois pode ser que não chegue jamais). Uma cidade criada para uma população que se contenta em utilizar somente das suas unidades de vizinhança; que não necessita de transporte público para sua mobilidade diária; que pode contar com o desenvolvimento igualitário de um país que promete! Mal sabia...

Hoje Brasília consegue, infelizmente, ser o retrato da sociedade brasileira com um todo, da sua desigualdade tão gritante, independente da distância ou proximidade física. E da falta de tato daqueles que planejam não só o espaço, mas a vida daqueles que o ocupam. Pois é necessário planejamento, é necessária a continuidade de um pensamento, atrelado a uma visão concisa do todo. Uma capital jamais será a representação de um ideal de país que não existe. Faltou para o Brasil (e não para Brasília) que aqueles que determinaram o caminho que a política ia seguir lessem o memorial de Lucio Costa. E que, condizente com todo aquele discurso de uma cidade que “se caracteriza pela simplicidade e clareza do risco original, o que não exclui, conforme se viu, a variedade no tratamento das partes, cada qual concebida segundo a natureza peculiar da respectiva função, resultando daí a harmonia das exigências de aparência contraditória. É assim que, sendo monumental, é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional”, buscasse um país que se caracterizasse tal qual (o projeto de) sua capital.

E é com esse descompasso existente entre parte e todo que o país deseja a seu centro representativo, um grande e sonoro Parabéns (?)!


terça-feira, 2 de março de 2010

Relato: Cine Olido e Hitchcock

Os incríveis filmes do grande gênio de suspense, Alfred Hitchcock, foram postos à mostra ao custo de 1 real na Galeria Olido. Curiosamente, essa amostra de filmes aconteceu exatamente no mesmo mês (fevereiro) que me ocorreu a seguinte frase: a vida é muito curta e eu quero conhecer bem um diretor de cinema.

O eleito foi o Hitchcock, depois de comprar e ver “Um corpo que cai (Vertigo)”. Fiquei deveras encantada com o filme, mas não consegui elaborar nada mais esperto para comentar aqui do que o post passado.

Porém, no dia 20 de fevereiro, tomadas por um nobre sentimento, fomos, Camila Brandão e eu, passar a tarde no Cine Olido.

Do fundo de nossa ignorância e contradizendo o preço do ingresso, achamos que a sala de cinema fosse estar vazia. Chegamos atrasadas para a primeira sessão, mas a tempo para descobrir em “Lifeboat (Um barco e nove destinos)”, um filme de 1944, que com uma fotografia precisa e simples e roteiro bem escrito (baseado em história de John Steinbeck) é possível fazer um filme surpreendente. E, a sala estava cheia...

Cheia de pessoas estranhas, assim como nós, e ninguém parecia ter vindo do mesmo lugar e muito menos partilhávamos de um senso comum. O que, claro, deixou a situação muito mais interessante.

A primeira frase que escutei ao entrar na sala para assistir a segunda sessão, “Frenesi” um filme de 1972, foi “É, filme velho... vieram ver um filme velho... tudo velho”,dita inúmeras vezes por um senhor desacompanhado, localizado na fileira atrás da nossa, para que todos escutassem. Já mais contido, o homem na fileira da frente, murmurava para si mesmo todas as suas angústias, enquanto um grupinho de jovens animados, falavam freneticamente qualquer coisa fora do contexto apresentado pelos dois homens, senhora com um rabo de cavalo pro lado e maquiagem borrrada que acabara de entrar e um moço que estava procurando um lugar para sentar desde a sessão passada.

Do fundo da minha compreensão de comportamento com o semelhante e otimismo ingênuo, eu realmente acreditei que nada poderia ficar mais estranho que aquele breve e único momento de histeria coletiva individual.

O filme considerado o mais violento de Hitchcock, com roteiro baseado no livro de Arthur La Bern, sobre um assassino em série que mata suas vítimas com um nó, nada tradicional, de gravata. É um filme de suspense, mas tem algumas partes pontuais onde o humor se encontra presente, igualmente de forma nada tradicional.

Eu repito a minha opinião: humor em partes pontuais, não o filme todo, mas partes pontuais.

Tal opinião era única e exclusiva minha, da Camila e talvez do moço das angústias, que falou bem alto que todo mundo que estava ali era doente e doido e foi embora depois de um ataque de risada de quase todos que assistiam à cena de uma mulher ser enforcada com a gravata e ficar de língua de fora, ainda no começo do filme. A partir deste momento, foram risadas fora de cena e fora do tempo, risadas dentro do contexto e muitas expressões de espanto da Camila e minha, perante tal situação.
Enquanto eu ameaçava me esconder atrás das mãos, o grupo de jovens animados ria sem parar. E, todo esse descompasso de senso comum e senso de humor, fizeram com que a Camila e eu nos questionássemos: era pra ser engraçado?
Entretanto, convictas de que não, de que as partes engraçadas eram pontuais mesmo, continuamos com a conduta de reação ao filme considerada apropriada por nós mesmas, destoando do resto da sala.

O único momento que as pessoas não riram fora do meu tempo foi justamente na cena que eu mais gostei do filme que consiste em movimento de câmera que mostra uma vítima entrar no apartamento com o assassino e se distancia da cena do crime descendo as escadas (de costas) até sair do edifício e além do vento, escutamos os gritos da vítima no fundo. É uma cena muito bem elaborada.


A cena mais bonita de "Frenesi"

Ao sair da sala de cinema, a única conclusão que Camila e eu conseguimos chegar foi que não gostamos do Tarantino. E, eu lembrei de quando fui ver “Bastardos Inglórios” e eu não compartilhava do mesmo senso de humor de todas as pessoas que acharam o filme muito bom e riram. Até então, eu só tinha me assustado fora do tempo quando assisti “Vanilla Sky” há muito tempo atrás e fui a única a gritar na sala de cinema, antecipando a cena que estava por vir.

Mas, nada chega perto da situação em que assisti “Frenesi” na Galeria Olido.

E, essa situação ficou na minha cabeça, “Por que raios todo mundo achou engraçado?”, “O que foi aquilo?”, “Foi de verdade?”. Cheguei até a colocar culpa no preço dos ingressos e dizer que ninguém lá sabia quem era o Hitchcock.

Mas, a melhor explicação é revelada no próprio nome do filme: Frenesi. Delírio, atividade sucessiva, entusiasmo delirante.

E está tudo certo finalmente.



Filmes assistidos:
1. Lifeboat, 1944
2. Frenesi, 1972
3. Trama Macabra (Family Plot), 1976, último filme do Hitchcock (extraordinário!)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Festival Planeta Terra 2009 - O relato pessoal e o espírito contagiante e a água

Passados exatos 11 dias do Festival Planeta Terra 2009 e a euforia envolvida, faço esse post com tranquilidade, acuidade e sem rimas.

A preparação para o grande evento foi combinada pelo telefone; Mina e eu decidimos o figurino confortável e chegamos ao consenso de como seria desagradável se chovesse e molhasse nossos calçados. O figurino foi simples e muito eficiente: bermudas, regata, meia, all-star + acessórios: óculos escuros, documentos, ingresso, celular, boné e capa-de-chuva (e a Mina ainda tinha um lenço bonito). Mas, onde guardamos tudo isso? Na pochete, claro.

Assim sendo, Mina e eu estávamos preparadas para o festival, com vontade de nos aventurarmos nos brinquedos do Playcenter; entusiasmadas para conhecer bandas novas e pouco nos importando em usar o boné no meio do povo hype. Estávamos imersas no Espírito do Festival!!!

estilo/hype

E o povo hype? Ah, o povo hype tava lá em peso, com coletinhos, botinhas, cabelinho penteado para parecer que estava penteado, calça jeans bem justinha, sem boné, sem pochete e...sem diversão. Eu sei que eles suavam tanto quanto eu; eu sei que eles gostariam muito de ter ido no brinquedo da água. A banda representante estava lá, Copacabana Club, mas nem vi o show. Hype, passou. Maximo Park, minha banda aposta, tocou no mesmo horário. Aposta certa!

Maximo Park

Macaco Bong, power-trio-dygno, ahazando no palco e o lugar ainda vazio...Será que o Espírito do Festival só estava com a Mina, Spuri, Gu, Zé e Tânia??? Macaco Bong

Fomos descobrir. Brinquedos, avante! Queríamos contagiar o Playcenter com este Espírito tão nobre. Primeira parada, segunda parada e terceira parada, foi o brinquedo da água (Waimea)! Diversão refrescante na primeira fileira do carrinho. Mina e eu, encharcadas, ainda queríamos mais água e então paramos na ponte e esperamos pela onda. Tchuáááááá!

Waimea

Agora, as pessoas já sorriam para gente, apesar da pochete, e muitas se direcionavam para o brinquedo da água.
Aí, sentamos no banco para torcer as meias! Sim, calçados molhados!
Montanha Russa, lá vamos nós! Gu e eu. Oi, Marginal Tietê! Oi, Playcenter! Oi, Marginal Tietê! Cabelos ao vento.

Montanha Russa

E, assim tão lindas, fomos tirar foto com o Paul Smith, vocalista do Maximo Park, que passeava pelo parque. Ele foi tão simpático que a foto ficou ótema! (um grande abraço pro meu pseudônimo!)

Com o Paul Smith

Agora sim, muito sol e colocamos o boné. A fila do carrinho de bate-bate estava curta, então, lá vamos nós! Escutei os primeiros acordes dos Móveis Coloniais de Acaju e a ansiedade veio me encontrar. Eu nem sei como descrever a emoção de brincar no carrinho bate-bate e muito menos, contar como foi inédito e pontual o choque final entre Mina e eu, ao tocar do sino que indica o término da farra. Ah, foi incrível!!!

Daí em diante, o dia seguiu feliz, os Móveis Coloniais tocaram com vivacidade e roubaram meu coração antes mesmo que eu pudesse o entregar pro Maximo Park, Metronomy e Patrick Wolf (que vai ganhar um post particular pela grande e brilhante performance).

Móveis Coloniais de Acaju

Água, mais água. A chuva veio e, Mina e eu estávamos preparadas, certamente. Se antes já atraíamos olhares pelo nosso visual casual, agora então...!


( pausa dramática )








Vale lembrar, que o Spuri amarrou/colocou/fez-um-laço-curioso-na-cabeça com o lenço bonito da Mina e, assim, formamos um trio pra lá de charmoso e místico.

Nesses trajes, assistimos ao show do Metronomy!

Daí em diante, noite adentro, madrugada a fora, me perdi dos companheiros de batalha, mas, encontrei com o Thomaz no show do N.A.S.A e quase ficamos surdos!

Ah, agora sim!!! O Espírito contagiante estava na cara e bebida de todos!!! Todo mundo viu o traseiro do Iggy Pop, o Cubo do Étenne de Crecy, o quase-tombo do Patrick Wolf, a dancinha do Ting Tings, a monotonia do Primal Scream, o peso do Sonic Youth, a dança-robô do NASA, a alegria dos Móveis Colonias de Acaju, as luzes do Metronomy e a simplicidade do Macaco Bong.

O cubo

Avaliação dos show de acordo com o meu critério inspirado no twitter:

# Cê ta me zuando? Eu amei!
# não senti nada
# Achei bem bom, mas pra falar a verdade, eu só vi duas músicas e a bunda dele.
# nem vi, mas achei ruim
# nem vi
# oi?
# Boto fé!
# eu tava vendo Metronomy, mas parece que foi bom!

Vamô lá!

.SONORA MAIN STAGE

-Macaco Bong: #Boto fé!
- Móveis Coloniais de Acaju: # Cê ta me zuando? Eu amei!
- Maximo Park: # Cê ta me zuando? Eu amei!
- Primal Scream: # não senti nada
- Sonic Youth: # eu tava vendo Metronomy, mas parece que foi bom!
- Iggy Pop: # Achei bem bom, mas pra falar a verdade, eu só vi duas músicas e a bunda dele.
- Étiene de Crécy: # não senti nada (mas, o cubo era lindo)


.COCA-COLA ZERO STAGE:

- Fuja Lourdes (se não me engano): # nem vi
- EX!: # oi?
- Copacabana Club: # nem vi, mas achei ruim
- Patrick Wolf: # Cê ta me zuando? Eu amei!
- Metronomy: # Cê ta me zuando? Eu amei!
- The Ting Tings: # Boto fé!
- N.A.S.A: # Boto fé!
- Anthony Rother: # oi?


Ficou muito pessoal?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Planeta Terra e lições inusitadas de urbanismo

Em tempos de Copa do Mundo e Olimpíada no Brasil, discutir equipamentos urbanos por aqui ganha novo fôlego, e ainda que infelizmente não na mesma proporção que a quantidade de cagadas que serão cometidas, podem levar a boas coisas.
O que me remeteu a isso não foi criticar o plano do Rio pra 2016, com projeto assinado pelo Sr. X, mudanças que o COI não aprova, que depois são desmentidas e essa salada toda, nem mesmo o projeto do Artigas para o Estádio do Morumbi sendo reformado pelo Ruy Otahke.

Por que falar disso e não falar de bons e inusitados exemplos de apropriação de equipamentos urbanos que as cidades já tem, como o Planeta Terra fez com o Playcenter neste fim de semana?

O festival já vinha por este caminho quando se apropriou da Vila dos Galpões, na zona Sul da cidade. Infelizmente o complexo foi demolido para dar lugar ao novo camelódromo da cidade, e que em teoria vai desafogar o Largo 13.

Antigo layout do Terra.

Isso em si já é um absurdo, ainda mais considerando o que o Mauger bem apontou: patrimônio histórico industrial de São Paulo não é a meia dúzia de galpões de tijolinho no Brás, mas sim estes empreendimentos em concreto armado dos anos 1960. Como a nossa cidade pratica uma permanente destruição da memória, lá se foi a Vila.

Só que isso deu chance de eles descobrirem o Playcenter, e foi a descoberta mais esperta desde o sorvete de goiaba com queijo.

Passagem de som do N.A.S.A. e Casa Dos Horrores


Porque eles acharam um lugar com infra pra dezenas de milhares de pessoas passarem em um dia, entretenimento a valer, espaço para shows com qualidade, e a chance de fazer alguma coisa totalmente diferente.

Teve gente que achou que a comida estava meio ruim (pra mim sempre é) e não tinha opções sem carne, mas ter um banheiro de verdade, limpo, sem fila e com papel às 3hrs da matina compensam tudo isso. E isso é mérito do Playcenter.

Assim como poder ir em um monte de brinquedos sem fila, me refrescar no brinquedo de água com o calor do cão que fez durante o dia e rir que nem bocó no carrinho de bate-bate, ouvindo boa música e cercada de gente que parecia tão feliz quanto eu de se ver naquela situação.

Eu fiquei realmente encantada.

E entendo perfeitamente que parque de diversões e música não tem nada que ver com esporte, mas eu realmente acho que esse tipo de iniciativa tem que ser lembrada quando JÁ estão reformando os equipamentos que fizeram pro Pan – e falaram que iam servir pras Olimpíadas – porque estão pequenos/obsoletos/mal cuidados.


É, teve shows incríveis também, o Iggy se superou, o N.A.S.A. foi fenomenal... E umas outras coisas que foram só ok. Mas disso a gente fala depois.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Festival Planeta Terra 2009 - Minhas apostas!

Depois da longa espera, o grande dia está chegando. O Putzcaramba! está em contagem regressiva!!! É agora, meus queridos putzcarambenses!, dia 07 de novembro que o Festival Planeta Terra acontecerá. E, para aquecer os motores, escutei as 14 bandas confirmadas para o festival. Três bandas foram eleitas como enredo deste post tão pretencioso.

As bandas confirmadas: Iggy & The Stooges, Sonic Youth, Primal Scream, N.A.S.A, The Ting Tings, Maximo Park, Metronomy, Etienne de Crécy (live act), Macaco Bong, Móveis Coloniais de Acaju, Copacabana Club, EX!, Patrick Wolf,Anthony Rother.

As 3 bandas foram eleitas seguindo meu rígido critério:

1- Eu tentei cantar junto?
2- Eu dancei?
3- Eu achei intrigante?
Vamos lá!

1- Maximo Park, eu tentei cantar junto.
Banda britânica formada em 2003, cujo nome foi inspirado no ponto de encontro, em Havana, dos revolucionários; Maximo Gomez Park.A banda já lançou 4 discos e mostra, ao meu ver, um trabalho consistente.É a minha aposta de show para o "Sonora Main Stage".


Veja aqui o clipe.

2- The Ting Tings, eu dancei.
Banda britânica formada em 2004, cujo nome eu não faço a menor idéia de onde surgiu.A banda só lançou um disco até agora, tornando a maioria das músicas em single. Não vejo muita consistência, mas vejo muita dança na pixta.É minha aposta para o "Coca-Cola Zero Stage".




Veja aqui o clipe.

3- Patrick Wolf, me intrigou.
Cantor britânico, Patrick Denis Apps, nasceu em 30 de junho de 1983.Já lançou 5 discos e mostra, ao meu ver, um trabalho consistente.Além de me intrigar, me identifiquei com o seu nome artístico (e aqui se vai meu pseudônimo).


Veja o clipe aqui.



Muito bem, eu confesso ter algum problema com os sons produzidos por bandas britânicas. Mas, essas são minhas apostas e, quais são as suas???

Hasta.

domingo, 18 de outubro de 2009

Carmen Miranda-da-da-da


Tá na moda falar de Carmen Miranda. Começou com o aniversário de cinqüenta anos da morte dela em 2005 e continua até este ano com o centenário de seu nascimento. E é por que todo mundo está falando que eu vou falar também? Não, não...

Eu estou falando dela porque fico com a sensação que muito se vê, muito se lê, mas não se faz uma crítica verdadeira a figura de Carmen, provavelmente nosso primeiro ícone pop, bem possivelmente a primeira designer brasileira conhecida no mundo e efetivamente precursora do tropicalismo!

Houve duas homenagens, entretanto, que acho que foram muito bacanas.

Figurino original de Carmen (foto minha)

A primeira foi no SPFW do inverno de 2009, em que, apesar de parecer que o tema “Carmen Miranda” estava lá só pra fazer graça, tinha uma exposição das roupas que ela usava nas apresentações que eu achei fabulosa.

Detalhes do tecido e dos adereços de cabeça (fotos minhas)

Quer dizer, metade da imagem que temos de Carmen Miranda hoje são as bananas na cabeça, mas ver o tecido efetivo em que foram feitas as roupas, os trabalhos de bordado e o refinamento da coisa toda descontróem a cafonice que ficou como repercussão disso tudo.
Mais ainda, deu pra ver como ela era pequena de fato, e não fica o termo vazio de “a pequena notável” que eu preenchi nas palavras cruzadas dia desses.

A outra homenagem que eu vi e achei muito legal foi um show que estava em cartaz no fim de semana passado, e infelizmente não deu tempo de eu escrever a tempo de fazer a propaganda pra vocês poderem ver, mas aviso na próxima vez que tiver.

Chama Na Batucada da Vida, título extraído de uma das músicas da portuga, com música cantadas por Lucinha Lins, Virgínia Rosa e Célia.

Primeiro já é muito legal pela releitura das músicas, que dá um peso e uma contemporaneidade sem perder a essência do que ela propunha. Não bastasse as músicas, as três dão um show de simpatia e mostram que estão muito felizes com o projeto, assim como os músicos, o que sempre deixa qualquer espetáculo muito melhor.

A mesma idéia de releitura é feita para os figurinos e para o cenário do espetáculo, pegando elementos chave das roupas de Carmen, mas aplicando sobre um fundo preto e garantindo o refinamento que ela merece, o resultado é demais.





domingo, 11 de outubro de 2009

2000 - o ano da virada (pt.1)

Os anos 2000, além de transição de década, século e milênio, foi da música também. Porque se o ano do pop já tinha ido, e o novo rock estava chegando, o que resta?
Neste ano, June of 44, Rage Against The Machine e Smashing Pumpkins terminaram. Já acho isso bem significativo do fim de uma era. Pelo outro lado, saca a listinha de bandas que começaram neste ano: Animal Collective, The Darkness, Karelia, The Fiery Furnaces, The Futureheads, Hot Chip, The Russian Futurists, The Von Bondies, Scissor Sisters, Yeah Yeah Yeahs... Tem uma ou duas aí pelo menos que concorrerão ao melhor disco do ano dos próximos posts, e com certeza todas vão aparecer por terem lançados excelentes trabalhos.

Mas o que aconteceu em 2000?

Eels, Death Cab for Cutie, Black Label Society, Elliot Smith, Distillers, Pearl Jam, Blonde Redhead, Dandy Warhols, Green Day, PJ Harvey, Godsmack, Outkast, Spice Girls, Offspring, Creed, Destiny’s Child, Richard Ashcroft, Placebo e Backstreet Boys lançaram trabalhos neste ano.

Também foram lançados o Stiff Upper Lip, do AC/DC e o Standing on the Shoulder of Giants, do Oasis, atestando que shows de estádio não morrem. Machina/The Machines of God foi a despedida em grande estilo do Smashing Pumpkins.

Dois discos bizarros que eu ouvi MUITO foram WYSIWYG do Chumbawamba, e todo mundo dançou Tubthumping. E ouvi bastante The New America, do Bad Religion, que aliás fez show naquele ano, mas eu não podia ir porque eu tinha uma festa de 15 anos.

Mas vamos falar de pop. O Hanson lançou This Time Around, que foi o fim deles pra minha geração; Bowling for Soup, que nunca mais apareceu teve o single chiclete, No Doubt ainda parecia legal, Matchbox 20 também.

Britney já lançou logo seu segundo CD (não é a toa que ficou biruta, coitada...), Eminem também (não é a toa que ficou biruta, coitado...). Mas até aí a Madonna lançou Music e ficou no seu nível de sanidade habitual. Coldplay! Com Parachutes, e Yellow, com Chris Martin novinho andando na praia. Nunca fui muito com a cara deles, mas marcou época também.

Mas agora ao ranking...
Um disco de covers, o que parece arriscado. Mas os covers são tão bem tocados que estão a par de igualdade ou melhores do que as músicas originais, e também no mesmo nível do repertório de músicas próprias da banda.
Em terceiro lugar... Renegades, do Rage Against the Machine.


Um disco de trilha sonora, o que parece arriscado. Mas a trilha sonora só com músicas originais e compostas por uma artista fabulosa, que neste caso também era a atriz principal do filme. É a trilha sonora de Dançando no Escuro, do Lars Von Trier (filme aliás, imperdível).
Em segundo lugar... Selmasongs, da Björk.


Pra mim, assim como o ano 2000 foi um ponto de virada para muito do que se estava fazendo, foi também para o que eles estavam fazendo. Eles deixaram de ser uma banda realmente boa, pra uma banda com um gênero só pra si, pra dizer o mínimo. E na verdade, mesmo com tudo o que eles fizeram nesta década, este CD ainda é o meu preferido deles.
Em primeiro lugar... Kid A, do Radiohead.



Na seqüência... Mais 2000. Coisas estupendas que eu só ouvi depois, mas que não posso deixar de falar.

sábado, 3 de outubro de 2009

Relatos de um show incrível

Tem alguma coisa incrível, que eu não sei explicar, algum ar incomum, que eu só consigo sentir quando escuto essa banda. É uma mistura equilibrada e pesada de som, charme e arte.

A banda? Franz Ferdinand.

Os moços, Alex Kapranos (vocal principal/guitarra), Nicholas McCarthy (guitarra/vocal/teclado), Paul Thomson (bateria) e Bob Hardy (baixo), foram uma das principais atrações do VêEmêBê deste ano, 2009. E, nesta breve passagem por São Paulo, a banda tocou para cerca de mil pessoas na buatchy "The Week", com patrocínio da "Smirnorff", no dia 30/8.
E daí? Eu fui!!!

Eles abriram o show com "No you girls", single do terceiro álbum "Tonight" e já senti as pessoas me empurrando, pulando e tentando chegar perto da grade. A sorte foi que, me empurraram pra perto da grade e, fiquei por lá mesmo!!!
Vi de perto a verdade da banda. É de verdade. Consegui reparar em cada um deles:


foto: Doda Lobo

O Kapranos é, como dizem, um showman: dança com estilo próprio, toca guitarra com vontade, tem voz séczy e olhar 43. Apareceu com novo visual, um bigodinho caliente!!! A Doda adorou.
Ele abraçou uma porção de pessoas que estavam bem na minha frente. Senti o amor!!!


foto: Doda Lobo

O Nicholas McCarthy é, como eu diria, superdeliciaincrível. Ele canta "Tell her tonight" e abraça a sua guitarra de forma única. Toca teclado e dança estalando os dedos. E, durante uma das músicas, ele escalou o mezanino e foi, com a guitarra, até o bar e se jogou, de costas, na galera!!! Isso foi mto rock n' roll mesmo.

foto: Doda Lobo

O Bob é, a linha grave da banda. O Bob é o groove!!! Parece ser o integrante mais calmo da banda, e é o predileto da Mina. Ele anda pouco pelo palco e veio com uma câmera que gravou partes do show: http://www.kyte.tv/ch/177561-franzferdinand/576080-sao-paulo

foto: Doda Lobo


O Paul é batida, claro, mas não é qualquer batida. Ele toca com um "drum set" simples e define a pegada dançante da coisa toda. Só saiu de trás da bateria, no final do show, para jogar as baquetas. Fui um empurraempurra, chutaqueeupego, deixaqueéminha, horrível para ver com quem ficaria as baquetas.

foto: Doda Lobo

O "setlist" misturou bem as músicas dos 3 álbuns e, tocaram até um b-side que a platéia pediu, "Van Tango". Um dos pontos mais altos do show!!!


Set List:

"No You Girls" (3 disco, "Tonight")"
The Dark of the Matinée" (1 disco, "Franz Ferdinand", 2004)
"Walk Away" (2 disco, "You could have it so much better", 2005)
"Tell Her Tonight" (1)
"Can't Stop Feeling" (3)
"Do You Want To" (2)
"Bite Hard" (3)
"This Fire" (1)
"What She Came For" (3)
"Take Me Out" (1)
"Ulysses" (3)
"40" (1)
"Outsiders" (2)

bis:
"Michael" (1)
"Van Tango" (b-side de "Darts of pleasure" do 1 disco)
"Turn It On" (3)
"Lucid Dreams" (3)

É o tipo de show pra cantar junto, dançar e esquecer de tudo mesmo. Ano que vem tem mais, as datas já estão marcadas: Porto Alegre (18/3), Rio de Janeiro (19/3), Brasília (21/3) e São Paulo (23/03).

"Do you want to?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

1999 - o ano do pop

O fim do ano vem chegando e eu já decidi qual eu achei o melhor álbum de 2009. Mas para dar graça, eu resolvi listar qual eu achei o melhor álbum do ano dos últimos dez anos! Alguns eu já sei sem nem pensar. Outros eu preciso quebrar mais a cabeça...

O truque é que eu só posso escolher o álbum pela minha opinião naquele ano. Um olhar retrospectivo seria injusto, por exemplo, com a escolha do melhor álbum de 1999, do auge dos meus treze anos.

Pra começar a série, vamos então ao começo da minha adolescência e o que moldava minha jovem cabecinha (além é claro, de álbuns mais antigos, mas eles não fazem parte da brincadeira). Tive que fazer uma certa pesquisa, mas estou bastante convicta do resultado.

Nas referências a seguir, o link pros clipes destes singles. No mínimo, divertido. Não, não tem música brasileira, fiquei com preguiça.

1999 foi o ano em que lançaram Cristina Aguilera e Britney Spears no mundo da música. O ano em que os Backstreet Boys lançaram o primeiro CD que não fez tanto sucesso. Também teve os singles chicletes de Smash Mouth e Bloodhound Gang, insuportáveis. Pior que as duas juntas, Mambo n°5, do one hit single Lou Bega! No Scrubs, do TLC e umas vinte músicas idênticas do Goo Goo Dolls (ah, Iris...), são referências fáceis pra atestar que definitivamente era o ano do pop. Mas nenhum desses foi o melhor disco do ano.


Ah, a pureza dos anos 90...

Nookie do Limp Bizkit e My Name Is, do Eminem também são deste ano, mas que também não faziam a minha cabeça. Já Last Kiss, do Pearl Jam, foi cantada e tocada até o limite da sanidade!

Foi também o ano em que os White Stripes lançaram seu primeiro álbum, The Donnas o terceiro. E eu ainda não conhecia estes novos rocks. Muito menos saberia que White Stripes viria a ser uma das melhores bandas da próxima década e The Donnas... Não.

O acústico da Alanis e o Best of do Sublime, que fariam a trilha sonora das viagens de verão de todo mundo que eu conhecia, também foram lançados neste ano. E o Live Era, do Guns and Roses (será que naquela época eles já prometiam o fiasco Chinese Democracy?) com a fofa It’s Alright.

E esses eu ouvi. Muito.

Teve até Make Yourself, do Incubus, que divide um honroso segundo lugar, porque eu ouvi a valer. Divide, no caso, com Rage Against the Machine, no Battle of Los Angeles, que, bem longe do pop, também marcou o fim da década. E do RATM.

Mas teve O álbum. Que todo mundo ouviu, lançado em sete de julho de 1999, produzido por Rick Rubin, e que ainda por cima tinha a volta do John Frusciante.

O sétimo álbum de estúdio do Red Hot Chili Peppers: Californication.

Foi com este álbum que eu aprendi o conceito de ‘vaca leiteira’. Seis singles! Cara, é muito single. E que todo mundo deve saber cantar de cor até hoje.

Primeiro, a cláááássica e hoje inescutável de tão saturada, Scar Tissue. Depois Around The World, que me fez começar a ter aula de bateria. Não satisfeitos, lançaram Other Side, que tem um dos clipes mais legais da época. Quer mais? Californication. Acabou? Não, ainda teve Parallel Universe e Road Trippin, que não explodiram como as outras, mas também, chega.



Eles ganharam um milhão de prêmios. Esta turnê veio pro Brasil, em 1999 mesmo, eu fui! E sei que não estou sozinha em ter ouvido muito este álbum, que hoje é inaudível de tanto ter sido tocado pelas rádios e pela televisão.


Mas marcou época, e por isso ganha como melhor álbum de 1999, na minha humilde opinião.

Semana que vem, o começo da virada, os anos 2000!

Ou um pouco mais. Deu bastante trabalho esse post!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Eu tenho vergonha da Revista da Folha

As vezes que li às reportagens da Revista da Folha, achava tudo muito engraçadinho. Reportagens sobre moda, animais fofos que eu adoro e todas as tentativas frustradas ao tentar falar de arquitetura e urbanismo. Eu tenho para mim que eles estão sendo irônicos, que não acreditam no que escrevem. Só pode ser piada, claro.

Essa falta de propriedade ao falar sobre assuntos sérios costumava me divertir, mas, ao ler essa última reportagem, “São Paulo imaginada” ( dia 12 de julho) eu me senti ofendida. Isso não é uma piada.

Eu sempre gostei muito de jogar futebol, de ver os jogos e torcer com a camisa vestida. Entretanto, tudo tem um limite; “O exercício de imaginar uma São Paulo reestruturada- com sistema de transporte adequado ao seu tamanho, transpassando prédios futurísticos- tem sido fomentado pelo maior evento futebolístico do planeta”. Revista da Folha, pág. 9

Grandes eventos esportivos promovem a construção de novas infraestruturas, deixando ao seu término, importantes equipamentos públicos. Fato. Mas, o sistema de transporte de São Paulo tem sido discutido exaustivamente há tempos e, digo isso por experiência própria. Não posso acreditar que a Copa de 2014 tenha sido o motivo de tal preocupação urbana.

“Um metrô conectando o centro ao aeroporto de Cumbica. Edifícios com arquiteturas de grifes espalhados pela cidade. São rascunhos de uma nova São Paulo em projetos que somam R$ 32 bilhões, com recursos da prefeitura , do Estado e do governo federal” pág. 9 e 10

Gastrite. Estou me sentindo mal. E, “arquitetura de grife”, que $#%#@ é essa? Era melhor quando eu tinha para mim que eles não estavam falando sério.

Bom, vamo lá, “Por favor, me vê essa casa com etiqueta no telhado ta? Faço questão de pagar mais caro por isso. E, claro, neoclássico com telhado tipo chalé suíço”. Um looshu.

A reportagem segue assim, sem critério e sem convicção. Falam com naturalidade do Ruy Othake ter feito um projeto de reforma para o Estádio do Morumbi, (projeto do arquiteto Vilanova Artigas), citam como exemplo de transformação urbana o Guggenheim de Bilbao, na Espanha, como se fosse possível ter a mesma leitura cultural no Brasil e na Europa; essa mania de querer ser a Europa.

Constatam inocentemente que a cidade, em pouco tempo, vai se transformar em um canteiro de obra; não poderia deixar de ser diferente, mais uma vez a cidade transforma pela urgência, pela ganância. O exemplo maior: as Marginais Tietê e Pinheiros, as avenidas fundo de vale (outro assunto polêmico).

Quando já estava pensando seriamente em tomar um calmante, eu li o seguinte título “ Favelas do futuro”.

Lamentável: “Um modelo de estudo para o futuro da metrópole se baseia em artigo elaborado pelo sueco Jesper Nylund para a Swedish University of Agricultural Sciences, com apoio da embaixada da Suécia, que chega a projetar uma São Paulo sustentável para o ano de 2050. O texto de 45 páginas faz uma prospecção com desenhos e descrições das favelas”.

foto: revista da folha,12 de julho de 2009, ano 17, pág.12 e 13

Super legal né? Ai, o Ruy Othake ajuda com a pintura das fachadas e fica tudo um lindo cenário.

A favela é a indicação de que alguma coisa não está certa, de que esta democracia não é para todos. É a marca da estupidez humana.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Terra - impressões e críticas

Finalmente o Terra chegou, e se foi.
Eu pensei isso.
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Mallu Magalhães
Eu vi três segundos, porque cheguei e o Animal Collective já tinha começado. Nestes três segundos eu pensei três coisas: a banda era muito boa, a voz dela estava alta demais e tinha gente pra caramba assistindo.

Animal Collective
Acabei vendo pouco também porque daí ia começar o Jesus & Mary Chain. Parece ter sido um show incrível, mas foi um pouco difícil de entrar no clima pegando do meio. Quem viu inteiro, amou.

Jesus & Mary Chain
A crítica falou super bem, eu achei meio morno. Foi bacana e tal, com direito a teletransporte para o meio dos anos noventa.

Foals
Como todos os do começo, quando ainda estávamos frenéticos achando que daria pra ver todos os shows, só vi um pedaço.
Tava muito bom, deve ter sido sensacional. A passagem de som do dia anterior já tinha dado a deixa de que a coisa ia ser quente. Altamente dançante e o público envolvido. Só que saímos para ver o Offspring.


Offspring
Fazia oito anos e 352 dias que eu queria ver este show, desde que não consegui ver eles em 1999. Aparentemente eu não estava sozinha.
Ainda bem que os caras sabem que os três CDs depois de 2000 são bem fraquinhos e se concentraram nos fantásticos hits dos primeiros cinco, até colocando algumas mais obscuras como Mota e Bad Habit.
Foi lindo, emancipante, todo mundo cantou e quicou junto. Pra deixar ainda mais nostálgico, além das previstas rodinhas, teve até pirâmide humana, que devo confessar, ainda não tinha visto neste milênio.
Eles estavam felizes de estar lá, nós estávamos felizes de estar assistindo.
As críticas foram péssimas, como era de se esperar já que foram péssimas nos outros shows da turnê.
Pra mim, foram feitas por pessoas azedas que não sei o que estavam esperando. Um jornal os classificou como “rock botox”. Se eles colocaram botox, explica como estão com a mesmíssima cara há tanto tempo, mas não muda a capacidade musical dos caras. Outro achou que as músicas estavam datadas. Uai, se pegar um hit-chiclets-beira-o-insuportável como Pretty Fly, não teria como ser de outro jeito. Ela deve ter tocado 10 vezes por hora por estação quando foi lançada.
A única coisa médio foi que, ao contrário da Mallu, o vocal estava baixo.
Ainda assim, saí liquefeita e realizada do show.

Bloc Party
Percebendo que esta história de ficar vendo meios shows tava choca, ficamos direto pra ver o Bloc.
O show foi super legal, com direito a sinceras e cativantes desculpas pelo fiasco na MTV, mas o público achou que era o momento lounge e não ficou quieto durante as músicas nem aplaudiu ou demonstrou a menor comoção pelo esforço e animação no palco.
Depois de certo momento, começou até a me dar dózinha deles, porque devia estar sendo um saco fazer o show e eles estavam honestamente tentando se redimir e proporcionar algo bacana.
Eu gostei a valer.


Kaiser Chiefs
Finalmente o momento que aparentemente todos esperavam e o público adormecido levantou.


Foi um show fiel ao melhor manual de como se fazer um. O Ricky tinha um bloquinho de frases em português, interagia com o público, desceu pro pit, fez coros de “Ôoô”, “todo mundo canta junto” e outras artimanhas que levam os fãs à loucura.
Tocaram todos os hits.
O Peanut, o tecladista que tirou o apêndice na quinta-feira estava lá, firme e forte, seguradinho no teclado. E o Ricky até tentou levantar um coro pra ele, mas bateu o sotaque britânico, e quase ninguém das 15.000 pessoas que estavam lá conseguiu traduzir o “Piunã” pra sua verdadeira intenção. Não foi falta de amor, foi incompreensão mesmo.

Foi pena não ter visto os outros shows, mas estes foram muito bem curtidos. E agora um buraco na minha pré-adolescência Offspringuiana foi tapado e eu me sinto uma pessoa mais feliz e completa.


A infra estava uma belezura.
Nenhum show atrasou, o som estava sempre bom. Todo mundo ganhou manualzinho com horários de pendurar no pescoço ou onde quisesse.
A limpeza foi incrível, tinha oficina de reciclagem simultânea aos shows e porta-bitucas foram distribuídas, amenizando muito a nojeira possível de acontecer.
A cerveja estava num preço ok, a comida aceitável.
A cenografia estava lindona tanto nos palcos como na decoração dos espaços de passagem.
O banheiro estava limpo.

Falam que foi o melhor festival do ano. Para a escala e o gênero, realmente foi.



A verdade é que o único que foi medíocre foi o TIM, carérrimo e espalhado. As bandas eram demais, mas infelizmente não é o suficiente.
Porque para os eletrônicos, o Skol Beats foi sensacional, ótimos shows, mega organizado, super bonito, cerveja a três reais, bilhete de ida e volta de metrô + transporte gratuito para o Anhembi.
O Invasão Sueca foi lindo, ótima escolha de bandas e no Studio SP, que pra mim tem a melhor acústica do mundo e parece que estamos todos dentro da caixa de som.
O Motomix foi esquisito porque não foi festival, mas teve Eagles of Death Metal então me ganharam totalmente.
Claro que é Rock e Nokia Trends, não lembro se teve, caso sim, deve ter sido chato pra eu apagar da memória.

E agora, voltamos a carência festivalística até o segundo semestre de 2009.

Fotos tiradas nos shows por mim.