A Cá me mandou um link com pedido de post muy interessante do trabalho de uma artista plástica chamada Marcia Nolte.
Ela fez fotomontagens (como TCC!) um pouco aflitivas, devo dizer, de corpos humanos adaptados à hábitos e tecnologias. Chama-se, justamente, Corpus 2.0.
Aqui por exemplo, vemos a mulher com o salto alto embutido. Segundo a artista, assim uma mulher pode andar confiante o dia todo!
Essa imagem eu tirei do site dela, onde tem as outras "intervenções". E tem outros trabalhos dela também, mas que não são tão bacanas...
Disso tem pano pra manga pra se discutir desde a adaptação fisiológica (também conhecida como evolução) dos seres humanos para se adaptarem ao mundo - mundo este que agora inclui estas tecnologias e hábitos; até modificação corporal em geral, as chamadas body mods, com enxertos de metal no corpo, línguas divididas e outras personalizações extremas.
Estas por sua vez, abrem o leque para se pensar em padronizações e depois as respectivas customizações. Alguns (não sei bem quem, mas certamente existem) classificariam este fenômeno como uma das grandes características do século XXI, onde se insere o Corpus 2.0.
É fácil, não obstante bizarro, encontrar o conceito de "customização em massa" pesquisando por aí. O que parece uma contradição em termos tem até centro de pesquisa autodenominado assim, estudando como otimizar os processos. Este é um de muitos, mas fica como ilustração.
Para ficar menos abstrato: todo mundo pede hamburguer de uma certa cadeia de fast-food. Mas o meu é com tomate, o seu é sem maionese e por aí vai. Todo mundo come exatamente a mesma coisa, mas com essas pequenas modificações sentimos que o nosso é mais legal, porque é exlcusivo. Vale para roupas, mp3 players, computadores, carros, tênis e o que mais já foi inventado.
Digo tênis, não só porque realmente é muito comum, também porque a Puma está com aqueles mini sites de customização que dá pra ficar pasmando por horas, e que é um exemplo perfeito disso que estou tentando dizer. Então vamos lá fazer nossos tênis idênticos e ficarmos muito felizes com o resultado!
Porque afinal, se existe padronização - mesmo com customização - é porque existe um padrão estético. Um, alguns. Mais isso é assunto pra depois.