Não que muita gente tenha se comovido com a parte 1, mas aí vai.
E agora entra a parte realmente fabulosa.
Estávamos, eu, a velhinha, as milhares de páginas e o mestre de budismo dela. As meninas xerocaram o extrato da mãe, foram embora. A velhinha acendeu um cigarro, deu um trago olhando pela janela, apagou e se sentou de novo frente a furadeira.
- Bom, então ele estava fugindo, né. E foi indo para o Oriente. Quando ele chegou no Tibet, um grupo de monges acolheu eles, porque eles são assim né, acolhem, não estão preocupados se a polícia está atrás, sabiam que eles tinham feito a coisa certa. Então ele ficou lá, e passou a viver com os monges e fazer a rotina deles, estudar e meditar o dia todo.
Mas ele começou a ficar com muitas saudades de casa. E ficava lembrando daquela árvore, como que chama? Aquela árvore que dá a pêra... Ah! Uma pereira que tinha no quintal da casa dele quando ele era criança. E sempre ele se lembrava dessa árvore e ficava muito triste, queria voltar pra casa.
Um dia o mestre veio pra ele e perguntou “você está com saudades de casa. né?” “Estou sim.” E então o mestre juntou as duas mãos dele, e quando abriu, tinha uma flor de pera, a mesma que ele ficava pensando! Ele não conseguia nem acreditar!
- Nossa, como assim?
- È pra você ver, como a gente usa muito pouco da nossa capacidade cerebral, a gente nem sabe de que coisas a gente é capaz. Os monges sabem. E o monge disse “você pode voltar pra casa agora”.
Ele veio pro Brasil e o exército deu proteção pra ele. No prédio que ele morava, morava militar na frente, em cima e em baixo, pra garantir que ele estaria salvo.
E meus álbuns ficando prontos, todos muito bonitos.
- Foi nessa época que tive aulas com ele. Tinha se tornado um homem iluminado.
- E o que aconteceu com ele?
- Casou com uma mulher muito chata e briguenta e foi ganhando de volta todos os vícios e problemas que a gente tem. Se perdeu.
- Que pena! E como ele está hoje?
- Ah, hoje já morreu, faz muitos anos já. Ele passou muita dor, muita fome, isso deixa marcas no corpo, né.
- Mas que pena ele ter arranjado essa esposa chata aí!
- Ai, nem me fale...
E me trouxe os álbuns, eu paguei, desejei uma boa noite e fui embora. Não estava entendendo nada, não sabia se o que tinha acabado de acontecer era real. Estava bem no lusco-fusco, e nesse horário eu não enxergo nada. Um mendigo passou por mim e gritou rindo “você já morreu!” e eu fiquei na dúvida que talvez ele tivesse razão.
Não sei se a velhinha conseguiria inventar uma história tão boa, ou memorizar trechos de filmes e juntá-los, ainda mais com este final anticlímax, só deixa tudo mais misterioso.
Mas que ela sabia contar uma boa história, isso não há dúvidas. Certamente não fiz justiça com ela, neste relato.
Espero que ela esteja bem.
- Bom, então ele estava fugindo, né. E foi indo para o Oriente. Quando ele chegou no Tibet, um grupo de monges acolheu eles, porque eles são assim né, acolhem, não estão preocupados se a polícia está atrás, sabiam que eles tinham feito a coisa certa. Então ele ficou lá, e passou a viver com os monges e fazer a rotina deles, estudar e meditar o dia todo.
Mas ele começou a ficar com muitas saudades de casa. E ficava lembrando daquela árvore, como que chama? Aquela árvore que dá a pêra... Ah! Uma pereira que tinha no quintal da casa dele quando ele era criança. E sempre ele se lembrava dessa árvore e ficava muito triste, queria voltar pra casa.
Um dia o mestre veio pra ele e perguntou “você está com saudades de casa. né?” “Estou sim.” E então o mestre juntou as duas mãos dele, e quando abriu, tinha uma flor de pera, a mesma que ele ficava pensando! Ele não conseguia nem acreditar!
- Nossa, como assim?
- È pra você ver, como a gente usa muito pouco da nossa capacidade cerebral, a gente nem sabe de que coisas a gente é capaz. Os monges sabem. E o monge disse “você pode voltar pra casa agora”.
Ele veio pro Brasil e o exército deu proteção pra ele. No prédio que ele morava, morava militar na frente, em cima e em baixo, pra garantir que ele estaria salvo.
E meus álbuns ficando prontos, todos muito bonitos.
- Foi nessa época que tive aulas com ele. Tinha se tornado um homem iluminado.
- E o que aconteceu com ele?
- Casou com uma mulher muito chata e briguenta e foi ganhando de volta todos os vícios e problemas que a gente tem. Se perdeu.
- Que pena! E como ele está hoje?
- Ah, hoje já morreu, faz muitos anos já. Ele passou muita dor, muita fome, isso deixa marcas no corpo, né.
- Mas que pena ele ter arranjado essa esposa chata aí!
- Ai, nem me fale...
E me trouxe os álbuns, eu paguei, desejei uma boa noite e fui embora. Não estava entendendo nada, não sabia se o que tinha acabado de acontecer era real. Estava bem no lusco-fusco, e nesse horário eu não enxergo nada. Um mendigo passou por mim e gritou rindo “você já morreu!” e eu fiquei na dúvida que talvez ele tivesse razão.
Não sei se a velhinha conseguiria inventar uma história tão boa, ou memorizar trechos de filmes e juntá-los, ainda mais com este final anticlímax, só deixa tudo mais misterioso.
Mas que ela sabia contar uma boa história, isso não há dúvidas. Certamente não fiz justiça com ela, neste relato.
Espero que ela esteja bem.
5 comentários:
ow, dá pra tirar muita coisa dessa história...bacana demais! me diz onde que fica que vou lá espiralar meu tfg e já vejo se ela tá bem!
É, um bom filme e com razão de ser.
Uau! Congrats!
mina, ta na cara q ela era a esposa chata.
Acho que essa historia tem seu pingo de verdade sim.
Ela nao 'e a esposa, mas tem cara de ser uma amante nao correspondida
Hehehehe
Adoro ouvir as suas respostas!
Postar um comentário