quinta-feira, 2 de abril de 2009

Uma História Fabulosa (parte 1/2)


Vou contar uma história que eu ouvi, e que quando eu conto e as pessoas não acreditam.

Faz algum tempo, eu tinha em mãos uma enorme pilha de papéis com fotos grudadas neles, e que, encadernados, viriam a ser o meu álbum de viagem à Índia, Nepal e China.

A história começa quando eu fui atrás de um lugar para efetivar esta encadernação e descobri que, nas férias, as papelarias e gráficas ficam preguiçosas. Fui em uma, duas três... Todas fechadas para balanço, devido ao recesso escolar, ou porque quando eu me dispus a fazer isso, estava começando a anoitecer. Só que eu queria muito o meu lindo álbum, pra poder mostrar pras pessoas onde eu tinha ido. Logo, continuei andando e procurando.

Numa livraria já meio vagabunda, me indicaram que na sobreloja de umas duas casinhas adiante, tinha um lugar de xerox e encadernação. Lá fui eu, sem muita fé.

Subi as escadas de madeira escura e pouco iluminadas da tal sobreloja para dar num muquifo de fórmica rachada e jornal velho. O lugar era amarelo. Porque amarelou com o tempo. E no meio dele tinha uma velhinha chinesa fumando um cigarro.

A chance de estragar as milhares de folhas cuidadosamente coladas parecia grande, mas como eu disse, eu queria muito encadernar aquilo logo. Seriam três álbuns.

A velhinha apagou o cigarro e veio me atender. Pelo cuidado com que ela pegava as folhas e as separava, fiquei tranqüila que ia sair certinho. E me pus a ler o mural de tirinhas do lado do balcão.

- Nossa, foi você que tirou essas fotos?

- Foi sim.

E me perguntou quando eu tinha ido, pra que cidades, quanto tempo, o que eu tinha achado.

- Eu fiz aula de budismo muitos anos. Meu professor passou por esses lugares aqui que você foi.
Fura, junta, fura, fura, espirala.
- Ele era professor de química no Mackenzie. Isso faz muito tempo, né. Aí uma empresa americana chamou ele pra trabalhar lá nos Estados Unidos, nos projetos do governo, e ele foi. No lugar que ele trabalhava, tinha gente de todos os países, mas de repente eles descobriram que o que eles estavam produzindo eram armas químicas! E ele e os outros cientistas não tiveram dúvida: destruíram o laboratório e fugiram clandestinamente do país na mesma hora.

E encadernava, e me olhava, e meus olhos se arregalavam frente aos dela.

- E aí tinha CIA, FBI, não lembro qual era, atrás deles. Eles foram pra Europa. Viveram escondidos em vários países, e foram indo para o Leste. Passou fome, tudo.

Nessa hora entraram duas meninas com um extrato de banco da mãe de uma delas para ser xerocado. E a história se interrompeu, assim como vou interromper para você, caro leitor, pra que não fique cansativo. Em breve, mais.


Um comentário:

José [Zeh] Eduardo disse...

Mico!

Posta amanhã, fazfavor. Quero muito saber oq acontece!

Tipo.. o CIA foi até a papelaria, não foi?

Mas, sério, quero saber.