terça-feira, 25 de novembro de 2008

Hong Kong e as Rolantes


A Doda me vem com a seguinte frase “Aguardo ansiosamente uma matéria sobre escadas rolantes. São fascinantes!” acompanhado de um arquivo com os desenhos técnicos das rolantes (tô só jogando a gíria no ar, pra ver se pega). E eu digo “mas é claro!” e me pergunto como diabos vou fazer isso.

Mas daí eu lembrei um assunto que eu tinha vontade de falar e que havia me escapado da memória: as incríveis e de fato fascinantes escadas rolantes de Hong Kong.

Sem dúvida é uma das cidades mais impressionantes que eu já fui. E é preciso falar algumas palavrinhas sobre ela pra entender as rolantes (hahaha, eu me divirto toda vez).

A média de andares dos prédios lá é de uns 40 andares, porque é uma micro ilhota com uma densidade demográfica absurda (6200hab/m²!!) e uma topografia igualmente absurda, o que faz com que todas as ruas sejam inclinadas e tortuosas. Imagine assim: coloque alguns dos maiores arranha céus do mundo em Ilhabela e a transforme num dos maiores centros financeiros do mundo. É lá o metro quadrado mais caro do mundo.


Junte isso ao poder aquisitivo que vem junto, às maiores e mais chiques lojas do mundo, uma cultura super elaborada entre ser China, não ser, ter sido inglesa até meia hora atrás e dá pra ter uma idéia.



Nessa foto, tirada do Victoria Peak, que é a parte mais alta da cidade, dá pra ter uma idéia. Eu contei os andares do prédio mais baixinho na foto: cinqüenta! Daí dá pra ver os prédios da orla, que incluem o Bank of China (I. M. Pei, 1989) à direita na foto, o IFC (Rocco Design Ltd., 2003) no centro e o HSBC (Sir Norman Foster and Partners, 1985) não dá pra ver porque ele é “pequeno”.
Do outro lado já é outra cidade. Tudo conurbado, obviamente.







Bank of China / HSBC / IFC

Mas para chegar ao que interessa: com isso tudo, não haveria como trânsito não ser caótico. Por causa disso, o governo fez uma gigantesca escada rolante pública que sobe do centro financeiro pra área residencial, aliado a uma escada mecânica para a descida, ambas cobertas.


Essa imagem não diz muito porque é difícil tirar foto dela. Aliás nessa em específico tá rampa rolante. Gosto muito da cara das pessoas fingindo que não tem foto.

É muito bacana. O jeito que ela está implantada é esquisito, porque criou uns fundos nos lotes que ela cortou pra esse lugar público e de passagem, mas de qualquer maneira, passam 45.000 pessoas por dia por ela, que super respeitam o espaço e deixam seus carros em casa por causa dela.

Com esse mapa que eu tirei daqui
dá pra entender melhor.



Não dá pra dizer que não é fascinante. E viva as rolantes!!

Nota para um futuro post: o show de luzes de Hong Kong.

Todas as imagens (menos a creditada) são do wikicommons.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Bafón do futuro adiantado para ahora


Com muito orgulho, sou a primeira a poder divulgar o que promete ser a “próxima grande coisa” dentre as coisas divertidas e ditadoras de tendências. O novo empreendimento de Nat+Fi+Lu, cujo nome eles não me deixam divulgar já que ainda não patentearam, será, segundo eles, mania mundial.

Eles pretendem, através de muita pesquisa, descobrir, fazer e vender todos os produtos sempre-quis que imaginamos por aí, mas ninguém nunca realmente se dispõe a fazer.
Além disso vão divulgar novas modinhas e propor eventos e happenings.

Da parte dos produtos, que eu acho mais divetida, eu entendi será algo entre o monumental saco de Doritos de 10kg e o boné com ventilador embutido, mas que alguém de fato tenha vontade de comprar. Quem sabe ainda, um Objeto de Desejo com produção própria (o saco de Doritos eu só vi em foto, mas uma agência que fez, achei sensacional).

Se der certo, morreremos todos de inveja por não termos feito antes. Só sei que eu já estou fazendo minha listinha de coisas cretinas que eu queria que existissem.



Esses saleiros eu vi na casa do meu primo e depois acá. Eu queria ter ou ter feito.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

As delícias do Ócio Cibernético

Conforme me ensinou o TFG da Leila, existem diversos tipos de lazer, distintos entre si, e que também não se configuram como ócio e suas vertentes.

Deles, destaco o ócio cibernético. Ele não está nas páginas bem documentadas e referenciadas do trabalho (mas foi ela quem me deu este termo também!), mas proporcionam momentos de muito entretenimento.

Basicamente é quando a gente fica bostando entrando em site e blog e vendo coisas legais e mandando o link pro coleguinha e atrapalhando o trabalho alheio (bela aliteração), mas que divertem e alegram nossos dias rotinados.

As dicas de hoje são:

NME BoredatWork
Como o próprio nome já diz é para momentos de tédio trabalhístico. Tem desde quizzes até fotos e matérias sobre desde o mais recente e hypado do rock segundo o mais recente e hypado jornalista londrino até sobre bandas que a gente já conhece também. Eu por exemplo, acabei de votar na lista dos 50 mais cool de 2008 (e não conhecia metade, tsc tsc tsc).

Taschen

Simplesmente o site da Taschen. Tem milhares de livros maravilhosos sobre assuntos diversos pra babar e querer ter.

Konstatin-GRCIC

É um escritório de design com coisas muito bacanas e o site é demais também. Você clica no título daí aparece foto; você clica na foto e vai navegando pelo objeto/livro/instalação. E eles mostram a montagem também.

Existem milhares de outros mais óbvios e mais obscuros, mas não posso gastar tudo num post só! Fora que estes três, para aqueles que se dispuserem, já garantem horas de entretenimento. E quem tiver ótimas dicas, são muito bem vindas!


E como eu acho post sem foto tristonho, vai uma imagem e mais um lugar pra viajar:


Wikimedia Commons e seus peixes verdinhos.

Festival Les InRocks et Vive la France

Estava eu traduzindo um artigo do Le Monde pra exercitar meu francês enferrujado, quando vi que o resultado, além de engraçado, é interessante também. Alors, voilá:



Franz Ferdinand, atração principal

do festival Les Inrocks


Foto tirada pela Doda no Motomix SP 2006

De Toulouse a Lille, passando por Paris, o 21° Festival Les Inrocks começa quarta, 12 de novembro [ontem], e a banda principal que aparece é o grupo escocês Franz Ferdinand, com um show especial dois meses antes do lançamento de seu novo álbum. O quarteto escocês é um habitué do festival: desde que eles eram totalmente desconhecidos, eles foram escalados pra tocar na pequena sala de La Boule em 2003, depois vieram como estrelas internacionais no Zenith, no ano seguinte, depois do lançamento de seu primeiro álbum. “É uma bela historia de fidelidade. Eu tinha me encontrado com seu manager na primavera e ele propôs que eles tocassem novamente este ano. Nós recebemos a confirmação no dia seguinte, antes mesmo de falar de dinheiro ou implicar a casa de discos [é a gravadora, mas assim é mais engraçado]” se orgulha Jean-Daniel Beauvallet, diretor adjunto da redação do Inrockuptibles, a revista que originou o festival.

A maior parte do festival será em Paris, com uma noitada cotidiana de 12 a 17 de novembro (um no Olympia, quatro em Cigale e um no Zenith), mas essas noitadas são igualmente previstas em Lille, Toulouse e Nantes. Como todo ano, o festival propõe uma programação eclética, com as maiores revelações do pop, rock, folk ou electro do ano. O grupo americano Fleet Foxes é sem dúvida o mais esperado, seu álbum White Winter Hymnal é saudado pela crítica mundial.

Entre outros artistas e grupos no programa desta 21° edição, estão MGMT, Get Well Soon, Foals, The Ting Tings, Cajun Dance Party, Friendly Fires, Hot Chip, Metronomy, Late of the Pier, o bluesman americano Seasick Steve, The Virgins, e Français Soko et GaBLé. Terá igualmente a prevença dos jovens americanos do The Black Kids.



Aqui está o site do Le Monde daonde eu tirei isso, e lá tem vídeozinho do Franz, Fleet Foxes e Black Kids.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Terra - impressões e críticas

Finalmente o Terra chegou, e se foi.
Eu pensei isso.
*
*
*
Mallu Magalhães
Eu vi três segundos, porque cheguei e o Animal Collective já tinha começado. Nestes três segundos eu pensei três coisas: a banda era muito boa, a voz dela estava alta demais e tinha gente pra caramba assistindo.

Animal Collective
Acabei vendo pouco também porque daí ia começar o Jesus & Mary Chain. Parece ter sido um show incrível, mas foi um pouco difícil de entrar no clima pegando do meio. Quem viu inteiro, amou.

Jesus & Mary Chain
A crítica falou super bem, eu achei meio morno. Foi bacana e tal, com direito a teletransporte para o meio dos anos noventa.

Foals
Como todos os do começo, quando ainda estávamos frenéticos achando que daria pra ver todos os shows, só vi um pedaço.
Tava muito bom, deve ter sido sensacional. A passagem de som do dia anterior já tinha dado a deixa de que a coisa ia ser quente. Altamente dançante e o público envolvido. Só que saímos para ver o Offspring.


Offspring
Fazia oito anos e 352 dias que eu queria ver este show, desde que não consegui ver eles em 1999. Aparentemente eu não estava sozinha.
Ainda bem que os caras sabem que os três CDs depois de 2000 são bem fraquinhos e se concentraram nos fantásticos hits dos primeiros cinco, até colocando algumas mais obscuras como Mota e Bad Habit.
Foi lindo, emancipante, todo mundo cantou e quicou junto. Pra deixar ainda mais nostálgico, além das previstas rodinhas, teve até pirâmide humana, que devo confessar, ainda não tinha visto neste milênio.
Eles estavam felizes de estar lá, nós estávamos felizes de estar assistindo.
As críticas foram péssimas, como era de se esperar já que foram péssimas nos outros shows da turnê.
Pra mim, foram feitas por pessoas azedas que não sei o que estavam esperando. Um jornal os classificou como “rock botox”. Se eles colocaram botox, explica como estão com a mesmíssima cara há tanto tempo, mas não muda a capacidade musical dos caras. Outro achou que as músicas estavam datadas. Uai, se pegar um hit-chiclets-beira-o-insuportável como Pretty Fly, não teria como ser de outro jeito. Ela deve ter tocado 10 vezes por hora por estação quando foi lançada.
A única coisa médio foi que, ao contrário da Mallu, o vocal estava baixo.
Ainda assim, saí liquefeita e realizada do show.

Bloc Party
Percebendo que esta história de ficar vendo meios shows tava choca, ficamos direto pra ver o Bloc.
O show foi super legal, com direito a sinceras e cativantes desculpas pelo fiasco na MTV, mas o público achou que era o momento lounge e não ficou quieto durante as músicas nem aplaudiu ou demonstrou a menor comoção pelo esforço e animação no palco.
Depois de certo momento, começou até a me dar dózinha deles, porque devia estar sendo um saco fazer o show e eles estavam honestamente tentando se redimir e proporcionar algo bacana.
Eu gostei a valer.


Kaiser Chiefs
Finalmente o momento que aparentemente todos esperavam e o público adormecido levantou.


Foi um show fiel ao melhor manual de como se fazer um. O Ricky tinha um bloquinho de frases em português, interagia com o público, desceu pro pit, fez coros de “Ôoô”, “todo mundo canta junto” e outras artimanhas que levam os fãs à loucura.
Tocaram todos os hits.
O Peanut, o tecladista que tirou o apêndice na quinta-feira estava lá, firme e forte, seguradinho no teclado. E o Ricky até tentou levantar um coro pra ele, mas bateu o sotaque britânico, e quase ninguém das 15.000 pessoas que estavam lá conseguiu traduzir o “Piunã” pra sua verdadeira intenção. Não foi falta de amor, foi incompreensão mesmo.

Foi pena não ter visto os outros shows, mas estes foram muito bem curtidos. E agora um buraco na minha pré-adolescência Offspringuiana foi tapado e eu me sinto uma pessoa mais feliz e completa.


A infra estava uma belezura.
Nenhum show atrasou, o som estava sempre bom. Todo mundo ganhou manualzinho com horários de pendurar no pescoço ou onde quisesse.
A limpeza foi incrível, tinha oficina de reciclagem simultânea aos shows e porta-bitucas foram distribuídas, amenizando muito a nojeira possível de acontecer.
A cerveja estava num preço ok, a comida aceitável.
A cenografia estava lindona tanto nos palcos como na decoração dos espaços de passagem.
O banheiro estava limpo.

Falam que foi o melhor festival do ano. Para a escala e o gênero, realmente foi.



A verdade é que o único que foi medíocre foi o TIM, carérrimo e espalhado. As bandas eram demais, mas infelizmente não é o suficiente.
Porque para os eletrônicos, o Skol Beats foi sensacional, ótimos shows, mega organizado, super bonito, cerveja a três reais, bilhete de ida e volta de metrô + transporte gratuito para o Anhembi.
O Invasão Sueca foi lindo, ótima escolha de bandas e no Studio SP, que pra mim tem a melhor acústica do mundo e parece que estamos todos dentro da caixa de som.
O Motomix foi esquisito porque não foi festival, mas teve Eagles of Death Metal então me ganharam totalmente.
Claro que é Rock e Nokia Trends, não lembro se teve, caso sim, deve ter sido chato pra eu apagar da memória.

E agora, voltamos a carência festivalística até o segundo semestre de 2009.

Fotos tiradas nos shows por mim.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Programação de sábado - Planeta Terra Festival



Pronto, fiz bonitinho todos os shows a serem vistos (inteiros ou em parte). Pode imprimir e plastificar.



Verde: Main stage / Azul: Indie Stage / Laranja: DJ Stage

Bandas que ficaram de lado: Mau Mau (estarei vendo J&MC), Mylo, Sébastién Léger e Spoon (estarei vendo Offspring) e Breeders (estarei vendo Bloc Party e Felix da Housecat).

Ousado, eu sei.